A Seita acaba de lançar uma adaptação do famoso texto de William Shakespeare, "Macbeth: Rei da Escócia", realizada por Thomas Day e Guillaume Sorrel. Com esta obra de 124 páginas a cores, os autores propõem uma nova e espectacular leitura do clássico de William Shakespeare. Em Portugal, o livro integra a Colecção Noba Literatura da editora e foram produzidas duas edições com capas diferentes, uma das quais exclusiva da Wook.
Se o ponto de partida é a famosa peça escocesa do bardo inglês, Day e Sorrel integram novos elementos da história e da lenda escocesa que lhe serviu de inspiração, dando o protagonismo à maquiavélica Lady Macbeth, cujo papel real na obra de Shakespeare é bastante mais secundário do que o que a posteridade guardou. Preparem-se para uma epopeia tão dramática como violenta, magnificamente ilustrada por Sorel, em páginas cheias de sangue e fúria, marcadas pelo peso de uma morte inevitável.
No prefácio, assinado por Adriana Bebiano, podemos ler: “Em regra, a BD pertence ao mundo da fantasia, e está, explicitamente, desvinculada do real empírico e ‘fora da história’. O curioso é que esta versão, sendo uma fantasia histórica – subgénero que concilia o aparentemente inconciliável – devolve alguma historicidade ao texto de Shakespeare. (...) E, tal como na peça original, texto e imagem contribuem para o fenómeno de exotização da Escócia: um espaço selvagem e mágico, distante das nossas vidas banais, onde nos podemos refugiar, aqui ao lado, no sofá, abrindo este livro. Para ler e ver uma e outra vez, um devaneio com prazer visual garantido. E não é isto o que se espera de um livro de Banda Desenhada?”
Nascido em Paris em 1971, Thomas Day, pseudónimo literário de Gilles Dumay, é um escritor de FC e de fantasia. Publicou uma quinzena de romances desde 2002, com destaque para Le Trône d’ébène. O seu romance La Voie du Sabre (já adaptado à BD) recebeu o prémio Julia Verlanger em 2003. Para BD escreveu os argumentos de Juste un peu de cendres (desenhos de Aurélien Police) e de Wika (desenhos de Olivier Ledroit), além deste MacBeth. Quando não está a escrever, Day trabalha, com o seu nome verdadeiro, como director de colecção para editoras como a Denoel e a Albin Michel.
Guillaume Sorel nasceu em 1966, e formou-se em Belas-artes em Paris. Inicia a sua carreira na ilustração de role play para editoras como a Oriflam, Casus Belli e Jeux Descartes. É nesse meio que conhece Thomas Mosdi, com que faz a série L'Île des morts, que assinala sua estreia na BD. Com argumento de Mathieu Gallié, realiza a série Algernon Woodcock, cujo primeiro volume foi publicado em Portugal pela Booktree em 2002. Em 2012 desenha a adaptação do romance de Laurent Seksik, Les Derniers jours de Stefan Zweig. Entre 2013 e 2014 produz dois livros a solo: Hôtel particulier e Le Horla (a partir de Guy De Maupassant). Em 2018, assina Bluebells Wood, uma história fantástica que mistura Lovecraft e a pequena sereia, para no ano seguinte iniciar com Thomas Day a adaptação (e reinvenção) de Macbeth, em dois volumes, publicados entre 2019 e 2021, e aqui reunidos pela primeira vez numa edição integral.
Sem comentários:
Enviar um comentário