quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

"Abaixo os palermoides!" é o sétimo título da série "A Incrível Adele", da Bertrand Editora


Saiu em Novembro mais uma aventura da Incrível Adéle. Este é já o sétimo livro desta colecção de grande sucesso, editada em Portugal pela Bertrand. Este volume "Abaixo os palermoides!" é da responsabilidade dos autores Mr Tan e Miss Prickly.

 «Socorro! Os meus pais vão enviar-me para o lugar mais horrível da Terra! Um lugar sem televisão, sem jogos de vídeo, sem o Ajax para torturar... Um lugar que apenas tem árvores, outras árvores e ainda mais árvores! Mas acreditem em mim: a Colónia dos Ratinhos-d'água Felizes (argh!) vai lembrar-se da minha estada aqui durante muiiiiito tempo!»

A incrível Adele anda numa onda verde. Só que… verde de raiva! Os pais inscreveram-na num campo de férias, perdido no meio da natureza, onde animais, plantas e crianças vivem em plena harmonia. Ela vai, mas… a mais atormentada das heroínas não se esqueceu de meter o mau humor na mala!






A nossa leitura de "A Arte da Guerra" (Uma aventura de Blake e Mortimer em Nova Iorque) - edição ASA



Não é fácil começar a escrever sobre este livro com o título A Arte da Guerra, com desenhos e cor de Floc’h, e argumento de Jean-Luc Fromental e José-Louis Bocquet. 

Para começar e como já tínhamos escrito antes, atenção que este não é um álbum tradicional da série, é o volume 0 de uma colecção intitulada "Um outro olhar sobre Blake e Mortimer". Desde logo visualmente se diferencia, com desenhos de grande dimensões e sem tantos detalhes como estamos habituados. Aliás na capa, de que gostámos, está definida como “Uma aventura de Blake e Mortimer em Nova Iorque, segundo os personagens de Edgar P. Jacob”. 

Mas antes de começar a história, mais uma chamada de atenção para os desenhos, a cor e principalmente para os tamanhos de muitas vinhetas, que são bem grandes, com muitas variações de dimensões e de número por prancha, entre quatro e oito vinhetas, sendo o seu posicionamento muito destinto. 
Em relação à história, parece que em alguns momentos já Blake e Mortimer tiveram as mesmas situações e acontecimentos em outros livros, sem falar do coitado do Coronel Olrik, que mais vez faz de vilão ou mau da fita como queiram. Com isto não estamos a dizer que a história não está bem contada ou que não tem interesse, até porque Nova Iorque tem muitos pontos de interesse por onde a narrativa se vai passar, com suspense e intriga e ação como nas aventuras tradicionais. 

Só para saberem, tudo começa no avião onde Blake e Mortimer viajam para Nova Iorque, cidade onde Blake vai fazer um discurso nas Nações Unidas sobre desarmamento bilateral, e mais não dizemos… 

Por fim não acompanhamos as muitas críticas negativas que se escreveram lá fora, pois quem é purista tem dificuldades em sair desse papel e ser objectivo naquilo que diz.

Assim consideramos um álbum que recomendamos a sua leitura, bem editado pela ASA ou não fosse um “Blake e Mortimer” diferente dos tradicionais. 

A sinopse: Philip Mortimer e Francis Blake viajam até Nova Iorque, onde o Professor Blake irá falar em nome do Reino Unido no último dia da Conferência Internacional de Paz na sede da ONU nova sede ao lado do East River. O propósito da Conferência é diminuir a tensão entre Oriente e Ocidente que ameaça a paz mundial. O objetivo é louvável mas é frustrado na mesma noite em que os homens chegam, quando a polícia prende um homem por vandalizar o famoso Cippus of Horus, a estrela exposta na arte egípcia Departamento do Museu Metropolitano. O lema "PAR HORUS DEM", esculpido numa estela de pedra de 2.000 anos traz de volta memórias dolorosas para Blake e Mortimer; e quando descobrem que o vândalo não é outro senão o Coronel Olrik, que perdeu sua própria memória, o espanto deles transforma-se em apreensão.




terça-feira, 30 de janeiro de 2024

A opinião de Miguel Cruz sobre "Notre Dame de Paris", de Bess e "Touristes à la Havane", de Brenes



Notre Dame de Paris

Mais uma Grande adaptação de uma Grande obra literária por um Grande da BD Franco-Belga – Georges Bess. Tudo em Grande, portanto!

George Bess já nos tinha presenteado com as suas adaptações de Drácula e de Frankenstein, ambos comentados por mim, e veio-nos visitar este ano no Festival da Maia. A adaptação de Drácula constituiu o ponto de partida, de alguma forma fortuita, desta série de trabalhos que tem vindo a realizar, constatado, aliás, o sucesso de cada uma das empreitadas.

A adaptação é longa, estendendo-se por mais de 200 páginas, sendo que – é a minha opinião – a obra de Vitor Hugo merece e precisa deste tratamento, tal como se me afigura adequada a inclusão de longos textos que dão adequada profundidade e coerência narrativa às páginas de belos desenhos, muitas vezes de espaço branco, aberto…

Georges Bess mostra, para nosso profundo prazer, particular carinho pelas duas senhoras da obra: Esmeralda e a Catedral de Notre Dame. Penso que muitos dos leitores e leitoras tiveram oportunidade de apreciar o desenho do mestre em Drácula ou Frankenstein, pelo que não será difícil imaginar o tratamento de uma narrativa muito centrada naquela impressionante Catedral.

O preto e branco é admiravelmente usado para esta narrativa onde a podridão, o abuso, o obscurantismo quase dominam, mas acabam dominados pela dimensão humanista da obra de VH, bem como no tratamento de um conjunto diverso de personagens que nos são, penso eu, bem conhecidas.

Espetacular proeza e mestria gráfica. E é o que há de relevante a dizer. Quando a matéria-prima é desta qualidade, o que um autor melhor pode fazer é dar o seu cunho pessoal e apropriar-se da narrativa para a contar à sua maneira e guiar-nos com os seus olhos. E isso foi conseguido com brio.

Editado pela Glénat, está disponível desde o dia 22 de novembro de 2023 para o mercado francófono.



Touristes à la Havane

Como o título intui, esta é uma BD que relata uma viagem turística a Cuba. Motivo? Um casamento. Um casal, Arturo e Ivannia, decide marcar presença num casamento de um familiar cubano, e vai passar uma temporada na casa de família em Havana.

Durante quase 400 páginas (formato mais reduzido, nos 27x20) vamos conhecendo a vida em Cuba, primeiro através das suas maravilhas turísticas, mas à medida que o autor vai acumulando camadas, começamos a conhecer os problemas (quase) invisíveis por detrás da (quase) harmonia visível para turistas.

Até na própria família, as discussões sobre a vida em Cuba, sobre a família vs as oportunidades, sobre as vantagens e desvantagens de emigrar para os Estados Unidos, sobre a pobreza e os baixos salários, sobre as senhas de racionamento, sobre o exercício da liberdade, têm uma natureza recorrente.

Interessante, esta BD é essencialmente um documentário de viagem. Muito bem estruturada, consegue evitar a monotonia que seria natural face ao número de páginas, é informativa e apresenta-nos uma série de episódios interessantes e curiosos neste cruzamento de turistas com locais, e evita estereótipos. A inspiração, segundo nos é indicado, decorre de uma visita do autor e da sua mulher a Havana.

O desenho do autor, o Costa Riquenho Edo Brenes, é semi-realista, elegante, simples, sem grandes detalhes, mas bem adaptado ao estilo de narração e a um relato de viagem, marcando bem os pontos essenciais.

Editado pela Steinkis, esta é uma BD interessante e refrescante, fora dos “grandes roteiros comerciais”, com uma capa chamativa.




"A Estrada", nova novela gráfica de Manu Larcenet será editada pela Ala dos Livros esta Primavera

 


Segundo o anunciado pela Ala dos Livros, está na gráfica a edição portuguesa de "A Estrada", a mais recente adaptação literária de Manu Larcenet, desta vez com base no romance de Comarc McCarthy.

A obra apresenta-se na mesma linha gráfica que "O Relatório de Brodeck", obra de referência.

Chegará às livrarias esta primavera, em simultâneo com 10 outras edições europeias, nas quais se inclui a edição francesa.


segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Novidade Casterman: o segundo volume da série "Mortesève", de Quentin Rigaud

 


A Casterman lançou esta semana o segundo volume de "Mortesève", com o título "Au Rythme de Harpe". Da autoria de Quentin Rigaud, esta é uma obra que fala da nossa exploração irracional dos recursos naturais. 

A sinopse:

Após a morte de Hang, criatura divina responsável pela fertilidade, a natureza reage violentamente e torna-se cada vez mais hostil aos seres vivos que a habitam. Avine e o que resta da ordem dos guardiões de Hang tentam ajudar os refugiados, empurrados cada vez mais para longe por uma maré de seiva tóxica que cobre gradualmente todo o território. Estudar os poderes deste assunto pode ser a chave para a sobrevivência humana.

Abaixo de algumas imagens do interior, a capa do primeiro volume.








Um balanço sobre o estado da Banda Desenhada em França

O Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême terminou ontem e voltou a apresentar um balanço anual no que diz respeito ao comportamento do mercado da nona arte em França. Em parceria com a empresa GfK, demonstram resultados que revelam que depois de dois anos de números recordes, houve um ligeiro decréscimo de vendas, resultante da conjuntura atual, mas ainda assim, a banda desenhada respira boa saúde e alcança números superiores a 2019.

Nos resultados de 2023 podemos ver que a paisagem editorial continua com os mangás a ocuparem mais de metade das vendas, apesar de terem descido 4 pontos percentuais, ao contrário da BD para os mais jovens que aumentou 4%.

A publicação de um novo livro de Astérix (em Portugal ASA) e do regresso de Gaston Lagaffe, coloca-os no topo das vendas, mas podemos verificar o fenómeno One Piece (em Portugal Devir) com quatro volumes no Top 10 e Adele (em Portugal Bertrand) com dois.

Quanto aos mangás, surgiram muitas novas séries e a Solo Leveling, que em Portugal está a cargo da Presença Comics ocupa lugar de destaque.

Seria muito importante em Portugal ter também este tipo de estudos para avaliar o mercado, mas infelizmente não temos.








domingo, 28 de janeiro de 2024

BDs da estante - 566 - Volta - O segredo do Vale das Sombras, de André Oliveira e André Caetano


Em 2023 a Polvo publicou o segundo volume de "A Volta", da autoria de André Caetano e André Oliveira. Hoje recordamos o primeiro, editado em 2015.

Com vários prémios atribuídos em 2015, com destaque para o Prémio Nacional de BD no AmadoraBD 2015 para o Melhor Argumento para Álbum Português e dois Galardões na Comic Com 2015, Volta – O Segredo do Vale das Sombras foi um dos destaques editoriais de 2015. 

A história passa por um estranho e misterioso ciclista que chega sem perceber como à aldeia de “Reste du Monde”, uma aldeia parada no tempo e aterrorizada por ameaças tenebrosas. As suas memórias são escassas e não traz consigo muito mais do que a bicicleta, mas com o intuito de colocar as ideias no sítio certo e recuperar parte do que perdeu, aceita ficar e depara-se com uma sociedade muito fechada, com regras e leis muito próprias.

Os grandes vencedores do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême 2024 foram...

Termina hoje a 51.ª edição do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême (ainda temos fotos para vos mostrar) e ontem decorreu a cerimónia de atribuição dos prémios. E os grandes vencedores, são os que podem ver nas imagens e para além desses, houve ainda os que assinalamos de seguida:

Fauve d'Honneur - Moto Hagio

Fauve Révélation - Mattieu Chira, com "L'homme gêné” - L'Agrume Éditions

Fauve Patrimoine - Henry Yoshitaka Kiyama, com "Quatre Japonais à San Francisco (1904-1924)" - Onapratut/ Le Portillon

Fauve des Lycéens - Jérémy Perrodeau, com “Le visage de Pavil” - Éditions 2024

Éco-Fauve Raja - Guillaume Singelin, com “Frontier” - Label 619 / Rue de Sèvres

Prix Spécial du Grand Jury Jeunesse - "Bâillements de l'après-midi T.1", de Shin’ya Komatsu - Éditions IMHO e "Les Petites reines", de Magali Le Huche - Éditions Sarbacane

Fauve Jeunesse - Yoon-Sun Park, com "L’incroyable Mademoiselle Bang" - Éditions Dupuis









(foto da vencedora Bea Lema tirada por Miguel Cruz)




sábado, 27 de janeiro de 2024

Uma reportagem fotográfica do 51.º Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême 2024 (parte 3)

Mais três extraordinárias exposições do Festival Internacional da Banda Desenhada de Angoulême:

- Dracula: Immersion dans les ténèbres, de Shin’ichi Sakamoto (#DRCL : Midnight Children);

- Attraper la course, de Lorenzo Mattotti;

- Hiroaki Samura: Corps et Armes.












A nossa leitura de "Bubas - Addicted to Love", de Derradé e Beatriz Duarte - edição Polvo

 


O Bubas vive, estuda, bebe e ama. E no caso do estuda... estuda pouco. Ou nada.

Há filmes e livros em que é impossível não gostar do vilão. Neste caso não se trata de um vilão, mas de um jovem que não quer fazer nenhum, gosta de festas e copos, está apaixonado e desesperado por ter sexo com a namorada. O Bubas é um baldas que não tem remédio, não age corretamente com a sua namorada, e paga por isso, mas mesmo quando o Bubas comete erros, não deixa de ter um bom coração. A prova de que é boa pessoa, é que tem amigos para a vida. 

Somos fãs do humor do Derradé e mais uma vez não desilude, com este "Bubas - Addicted to Love", colorido pela Beatriz Duarte e editado pela Polvo. O livro tem um quê de nostalgia do tempo em que tínhamos a sua idade e encanta-nos pela simplicidade do humor a cada página. A nossa edição ficou ainda melhor com os autógrafos dos autores. 

Neste livro conta-se a saga de um rapaz, universitário em part-time, e das suas relações num ambiente privilegiado para a vivência de experiências de “amadurecimento pessoal”, sobretudo para além das aulas. Esta edição reedita a trilogia “Há Piores!”, mas agora com as páginas coloridas e ainda com a inclusão de material original e uma conclusão inédita por que todos esperavam.





sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Uma reportagem fotográfica do 51.º Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême 2024 (parte 2)

Continuamos a mostrar-vos algumas imagens do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême. Desta vez destacamos a exposição dedicada à obra "O Árabe do Futuro", de Riad Sattouf; a exposição de François Bourgeon; a exposição "Bèrgeres Guerrières e a exposição dos 50 anos do Concurso BD Escolar.