segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

A nossa leitura de "Sou um anjo perdido", de Jordi Lafebre - edição Arte de Autor

 


Genial é talvez a palavra que mais nos ocorre para avaliar este "Sou um anjo perdido". Vai ficar seguramente no nosso top de 2025. Editado pela Arte de Autor, tal como o anterior "Sou o seu silêncio", é também da autoria de Jordi Lafebre. E para nossa felicidade e de todos os fãs, ainda vai haver um terceiro álbum com esta desconcertante e maravilhosa protagonista, Eva.

Somos fãs de Lafebre e parece que tudo o que toca é ouro, tanto quando trabalha em dupla (como por exemplo, com Zidrou) como quando trabalha a solo, pois não há uma obra sua que seja abaixo de excelente. Eva Rojas, esta psiquiatra que se está constantemente a meter em sarilhos e sem querer se vê envolvida em assassinatos, é prova disso. Lafebre criou uma personagem inesquecível pois Eva tem uma personalidade tão especial que é impossível não sermos conquistados por ela e pelas suas histórias.

Em "Sou um anjo perdido", mais uma vez Eva lança todo o seu charme e deixa-nos aos seus pés. Continua mais louca que nunca, politicamente incorrecta, corajosa, fascinante, sensual, divertida e irreverente. Um constante desafio para aqueles com com ela privam.

Desta vez, Eva vai meter-se, sem querer, com o lado negro do mundo do futebol, após o desaparecimento de João, um dos seus pacientes, uma jovem estrela do futebol, em ascenção. Pressionada pelo clube de futebol onde joga João, que a culpa pelo desaparecimento do rapaz, Eva inicia uma investigação por conta própria, levando-a a correr alguns perigos. Porém, a excêntrica psiquiatra nada teme, ou não tem ideia com quem se está a meter. Bem, na verdade, o livro não começa assim, começa quase pelo fim. Um homem foi encontrado morto, enterrado em cimento de cabeça para baixo. Pelas tatuagens das pernas, percebe-se que era um neonazi. E o que é que isto tem a ver com futebol e com a Eva? Tudo. Ela é tida como testemunha e o seu depoimento é que a leva a voltar atrás no tempo e a passar por todos os acontecimentos que levaram ao desfecho fatídico.

A inspetora Merkel e o seu adjunto Garcia terão de interrogá-la como única testemunha ocular, mas na presença do psiquiatra da psiquiatra! Portanto os três vão ouvir o relato dos sete dias que antecederam o incidente. Suspense e muito humor é o que encontramos neste policial que nos leva uma vez mais a Barcelona. E para abrilhantar as descrições que a protagonista vai dando, temos a constante presença das mulheres da sua vida, que embora já falecidas, continuam bem vivas na sua cabeça, ora apoiando-a, ora criticando-a, mas senso sempre o seu porto de abrigo.

Uma vez mais o autor Jordi Lafebre oferece-nos um livro magnífico, tão envolvente como Eva, e com todos os ingredientes na medida certa. Não pensem que exagerámos nos adjectivos para descrever este livro, pois é mesmo muito, muito bom, talvez até melhor do que o primeiro. Venha o terceiro


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