A nossa leitura do quarto volume de "Sinais de Afeto", de Suu Morishita - edição Distrito Manga

 

Continuamos a seguir com muito interesse esta série Sinais de Afeto, porque é mais do que uma série querida e fofinha. Inclusão é a palavra chave e só por ter uma protagonista surda muda, já tem nota positiva. Belo trabalho de Suu Morishita e bela aposta da Distrito Manga.

Neste quarto volume a história pareceu-nos já mais madura e consistente, refletida nos comportamentos das personagens. Assistimos ao crescimento da relação entre Yuki e Itsuomi ao nível da cumplicidade e romance e também ao nível do desenvolvimento pessoal de Yuki.

Quem não conhece a série não espere muita ação, porque tudo vai acontecendo de forma lenta. A relação entre Yuki e Itsuomi vai avançando sem pressas, de uma forma muito delicada. Itsuomi continua a ser um pouco misterioso, parece bom demais para ser verdade. Ele demonstra um amor e uma ternura muito especiais e parece ficar encantado com a inexperiência e ingenuidade de Yuki. Mas deste lado, enquanto leitores, quando a esmola é muita, o pobre desconfia e parece que estamos à espera de que a qualquer momento, se desfaça o conto de fadas.

Claro que estamos a torcer para que tudo dê certo e estamos encantados com o romance, mas parece tudo tão vulnerável, que temos receio que Yuki se magoe.

Porém, se nos abstrairmos dessa "preocupação", o que vemos é uma relação a crescer entre um casal jovem. Yuki ainda muito imatura vai tomando consciência dos seus sentimentos e aprendendo a lidar com os vários aspectos que um namoro implica, como os primeiros beijos, os primeiros toques. Essa fase de descoberta encanta Itsuomi que, continuamos a achar, é demasiado perfeito, charmoso, muito paciente e controlado.

Neste quarto volume, outra coisa interessante é que as personagens secundárias começam a ganhar mais protagonismo, como por exemplo Oushi, apaixonado, nunca declarado, por Yuki.

Por tudo isto vamos continuar a seguir esta série que para além do tema e do enquadramento, tem também uma arte delicada e bonita, com páginas que privilegiam o silêncio e a contemplação.