segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

A opinião de Miguel Cruz sobre "Les Tuniques Bleues N.º 69 – Lincoln dans la Ligne de Mire", de Lambil e Neidhardt

 


Les Tuniques Bleues N.º 69 – Lincoln dans la Ligne de Mire

Falei de Hermann e dos seus 87 anos, e do tomo 42 de Jeremiah. Chegou então a vez da longa série Les Tuniques Bleues (vários tomos foram, no passado, publicados em Português) que chegou ao tomo 69!!!! Esta série regista já 5 autores. Salverius no desenho dos tomos iniciais, e que faleceu sem testemunhar o pico de sucesso da série, o grande Raoul Cauvin, que faleceu aos 83 anos e que foi o responsável pelos argumentos dos tomos 1 a 64, Kris, que assumiu o argumento dos tomos 66 e 67, Fred Neidhardt que tomou conta do argumento nos dois últimos tomos – diria eu, com sucesso – e o excecional Willy Lambil, que assumiu o desenho da série em 1972, e que a meia dúzia de meses dos seus 90 anos continua a assegurar a realização da série. [Verdadeiramente, os autores foram 8, porque o tomo 65 foi um “especial” assegurado por BéKa no argumento (um casal, Bertrand e Caroline) e Munuera no desenho].

O que dizer de uma série com esta longevidade? Que para continuar, alguma qualidade deve ter? Claro que sim, muitos dos tomos são excelentes, divertidos, e criaram um universo e uma panóplia de personagens bem reconhecidas. Que não é possível manter uma qualidade homogénea ao longo da série? Claro que não, se bem que, na minha opinião, talvez com uma exclusão, logo por azar um número especial, o 65, não há um tomo desta série que seja mau ou desinteressante. Que um autor quase nos seus 90 anos já não pode ter a mesma destreza e qualidade de desenho do início da série? Claro que não, notam-se pequenos detalhes, mas o que foi perdido em destreza é ganho em experiência, e tudo funciona muito bem, para gaudio do leitor.

Blutch (e o seu cavalo, Arabesque) voltam a fazer o seu teatro de desmaio logo no início de uma batalha, para evitar nela participar, Chesterfield apercebe-se e censura Blutch, este foge e é capturado. Condenado a ser fuzilado como desertor, Blutch passa a noite na cadeia onde uma espia sulista está presa, com a inapta ajuda de Chesterfield, Blutch e Isabella Boyd fogem. Blutch vai então juntar-se a um grupo de sulistas que planeia cometer algumas ações contra o exército do Norte, incluído o assassinato de Lincoln (e por isso o título de Lincoln na linha de mira – ah, sim, Blutch é considerado um atirador de elite, eh, eh, eh).

Fred Neidhardt consegue inovar na fórmula, os diálogos e a comédia de situação são bem conseguidos, o desenho é clássico, luminoso, legível, expressivo, elegante, um bom suporte à comédia.

Um tomo bem conseguido, a lembrar a candura dos primeiros tomos, uma leitura muito agradável, uma edição da Dupuis.




Sem comentários:

Enviar um comentário