Les Sentiers d’Anahuac, de Bertrand Romain e de Jean Dytar foi o vencedor - para mim - surpresa do Prémio ACBD - Associação de Críticos e Jornalistas de BD, um dos mais reputados e visíveis prémios de BD.
Recordo que esta não era a minha aposta de entre os 5 finalistas, admito que decorra daí a minha surpresa, mas vou tentar encontrar consolo no facto de ainda não ter lido esta BD editada pela Delcourt.
Trata-se de uma BD que relata uma história de um monge franciscano que tem por tarefa educar os indígenas no México do século XVI, e de um seu pupilo indígena, muito inteligente. Isto num contexto de um esforço de Espanha de “normalização”, “conversão” e “educação” de toda uma geografia na América Central e do Sul. O aspeto gráfico desta BD é a de um pergaminho do século XVI, o que é adequado para a história de um monge que fez uma detalhada recolha de seres e práticas a “expurgar” e que, é essa a mensagem a ser passada pelo historiador e neófito da BD Bertrand Romain e do claramente inovador Jean Dytar, se tornou, sem querer, a mais representativa história de toda uma civilização. Mas o estilo de desenho é diferente consoante a época e a civilização, intercalando imagens mais clássicas com uma estrutura mais “gravura”.
Dizem-me ser uma obra muito documentada e um inquérito com bases reais e muito realista.
Já a folheei, e pela minha parte fiquei com água na boca para a leitura. E é esse o objetivo destes prémios, asseguram uma visibilidade e um alargamento de público que são interessantes. O prémio de 2025 está atribuído, tendo a ACBD destacado tratar-se de uma obra particularmente bem conseguida, e um tema pertinente.
Viva o vencedor.
Por Miguel Cruz



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