Os dias correm velozes e o tempo disponível por vezes é escasso, para nos debruçarmos e fazermos uma análise da 36.ª edição do Amadora BD. E finalmente hoje, um mês depois de ter terminado o festival, impunha-se fazermos aqui um balanço.
Esta para nós, vai ser sempre uma edição a recordar, tendo em conta que pela primeira vez fomos comissários de uma exposição e ligo a dos 75 anos dos Peanuts. Tivemos um prazer enorme em trabalhar nesta exposição e a maior recompensa foi termos visto a exposição sempre cheia de gente, com pessoas de todas as idades, encantados a ler as tiras que seleccionámos com tanto cuidado e dedicação. Porque quisemos mostrar o melhor dos Peanuts e quão maravilhosas são as personagens criadas por Charles M. Schulz. Tivemos muitas críticas positivas e até agradecimentos durante a visita guiada que fizemos à exposição.
Fora a "nossa" exposição, como é habitual todas as outras estavam muito bem do ponto de vista cénico e de conteúdos. Gostámos particularmente da exposição dedicada à obra Corpo de Cristo (de Bea Lema) e da exposição das Radium Girls (Cy).
E por falar em Radium Girls, tivemos o privilégio de dinamizar a conversa com a autora Cy, que esteve presente no Festival. A par da Cy, foram muitos os autores estrangeiros e nacionais que marcaram presença no Festival e que estiveram disponíveis para os tão ambicionados autógrafos. Aqui nas imagens temos Cy, David Rubín, Rodrigo Terrasa e Zeina Abirached.
Este ano, pela primeira vez, não vislumbrámos confusão nos autógrafos, o sistema estava bem organizado e tudo correu de forma pacífica. À excepção de uma ou outra pequena coisa menos boa, no geral e em comparação aos anos anteriores, não houve nada digno de nota.
Nos dois fins de semana do Festival, os espaços estiveram sempre compostos ao nível de público e nunca nos lembramos de ver os stands das editoras tão cheios como este ano.
Não podemos deixar, porém, de deixar aqui uma nota sobre as exposições fora do núcleo central, que são sempre uma espécie de filho pobre e que injustamente não têm tantos visitantes. Dizemos isto com pena, porque as exposições na Galeria Artur Bual eram excelentes (Alice Geirinhas e Diniz Conefrey) e a exposição do álbum vencedor do Prémio Revelação na edição de 2024 dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora: Amor, de Filipa Beleza, não chegámos a conseguir vê-la. E porquê? Porque estava patente na Bedeteca da Amadora, a qual encerra aos domingos e feriados e no segundo fim de semana, tendo o sábado sido o feriado do 1 de Novembro, a exposição não esteve acessível.* Não seria da organização pensar, excepcionalmente, em abrir a Bedeteca aos domingos no período do Festival?
* Felizmente a exposição está aberta até dia 25 de Janeiro e havemos de lá ir.
Quanto aos prémios, falámos sobre eles aqui, na altura apropriada, mas não podemos deixar de publicar a foto do grande vencedor, Luís Louro, que ganhou o Prémio de Melhor Obra de Banda Desenhada de Autor Português - com Os Filhos de Baba Yaga, das editoras A Seita e Arte de Autor, precisamente no seu ano de ouro, em que assinalou 40 anos de carreira.
Em jeito de conclusão, esta foi uma excelente edição, com muitas melhorias a notarem-se, nomeadamente no que toca à comunicação do evento. Porém, se o Festival se mantiver no mesmo local, não vemos margem de crescimento e o evento já merecia dar mais um salto qualitativo.









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