E a verdade é que o livro, que retrata um amor adolescente, é revelador da grande maturidade e sensibilidade da autora. A história, toda ela a preto e branco é fluída e delicada, aqui e ali com pausas apenas de texto, que nos levam a entrar na mente da protagonista, pois ficamos a conhecê-la melhor através dos seus pensamentos e recordações. A narradora e a protagonista são a mesma pessoa e conforme vamos avançando na leitura vamos tomando as suas dores, compreendendo as suas dúvidas e angústias, pois tendo ela um namorado, começa a aperceber-se que se encontra apaixonada por uma colega da escola. Primeiro um amor quase platónico, depois correspondido. Desta forma, a autora toca o tema da homossexualidade de uma forma absolutamente inclusiva e natural. Assim deveria ser na vida real e é por isso que é um excelente livro para ser livro pelo grupo alvo desta colecção: adolescentes e outros leitores mais crescidos.
Não nos admirará que Joana Estrela, vencedora de vários prémios com trabalhos anteriores, possa vir a ganhar algum prémio com este novo livro.
A sinopse: Quando Raquel nos começa a contar a sua história, Pardalita já entrou na sua vida. Não de rompante, mas lenta e subtilmente, primeiro nos corredores da escola, depois nos ensaios do teatro. Raquel só a conhece de vista, mas conta os dias para a voltar a encontrar e começa a reparar em pequeníssimas coisas — como a etiqueta da camisola de Pardalita que lhe toca a pele do pescoço. Raquel começa a perguntar-se: “Qual é a distância a que se pode estar de alguém sem dar a entender que não se quer distância nenhuma?”
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