sábado, 29 de outubro de 2022

"Os/Les Portugais" é uma das grandes atrações neste último fim de semana no AMADORA BD com a presença dos autores Chico e Olivier Afonso



Já aqui tínhamos falado deste livro, dos seus autores e já aqui tínhamos também publicado a opinião do Miguel Cruz sobre a obra. Faltava-nos ler (e finalmente conseguimos) este "Os/Les Portugais", editado pela Ala dos Livros e da autoria de Olivier Afonso (texto) e de Chico (desenho), com quem estivemos no Festival de Beja. Voltamos agora a falar deste livro porque os autores marcarão presença neste fim de semana no Amadora BD e serão seguramente dos mais concorridos para a fila dos autógrafos.

Olivier Afonso é um lusodescendente nascido em Paris em 1975. O livro conta a história dos seus pais, emigrantes em França, até ao seu nascimento. Mas é muito mais do que isso. Centra-se em mais algumas personagens, mostrando-nos a vida miserável que todos levavam. Se hoje nos indignamos ao ver as pessoas nas favelas no Brasil ou nos chamados bairros de lata é importante termos conhecimento que os milhares de portugueses emigrados clandestinamente durante o período do Estado Novo, não viviam em condições melhores. Sendo clandestinos, as suas condições de trabalho, habitação e saúde eram deploráveis e os franceses usavam-nos e exploravam-nos para mão de obra barata, a grande maioria para trabalhos pesados na construção civil.

Esta história ajuda-nos a reflectir, se pensarmos que os milhares de emigrantes portugueses da altura, saíam do seu país com o sonho de melhores condições de vida e de maior liberdade, fugindo da Guerra Colonial, e hoje o mesmo acontece com muitos mais milhares de pessoas em outros países e pelos mesmos motivos. E da mesma forma que hoje em dia os governantes têm dificuldade de lidar com a situação dos refugiados, também o governo francês da época não teve capacidade para lidar com os portugueses.

Resumindo, temos aqui um argumento bem construído, e um desenho à altura, num estilo muito próprio e ambos combinados fazem a leitura fluir e quase nem damos conta que estamos perante um livro de mais de 130 páginas.

Por todos estes motivos e porque este livro também retrata um pouco da história do nosso país, recomendamos a sua leitura.

Recordamos algumas imagens do interior e os autógrafos que trouxemos de Beja, quando estivemos com os autores.










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