quarta-feira, 13 de março de 2024

A nossa leitura de "O Lobo", de Jean-Marc Rochette - edição Arte de Autor

 


Já tínhamos lido a versão francesa há alguns anos e gostado bastante deste "O Lobo" de Jean-Marc Rochette, editado agora por cá, pela Arte de Autor.

"O Lobo" é o segundo de três álbuns do autor, todos eles com as montanhas como pano de fundo (ver as duas últimas imagens). Cenários tão maravilhosos como inóspitos acolhem o protagonista, ou melhor, os protagonistas. Um homem e um lobo branco. É um livro que pode ter muitas leituras, ser explorado sob muitas camadas e que suscita muitas reflexões. Acima de tudo questiona o lugar do homem no meio do reino animal e confronta-nos com dois pontos de vista cujo equilíbrio entre as partes não é fácil. Por um lado as questões ecológicas e de preservação das espécies em via de extinção num santuário natural, por outro a luta pela sobrevivência de um pastor solitário, que tenta a todo o custo proteger o seu rebanho. Não nos queremos alongar muito sobre a história, mas não podemos deixar de acrescentar que no passar das páginas várias vezes nos lembrámos dos documentários que vemos nas televisão sobre a vida e os animais selvagens, embora aqui tivéssemos também um homem, Gaspard, um velho pastor solitário. 

Dissemos acima que esta obra poderia ser analisada sobre várias camadas e é bem verdade, pois temos nesta luta pela sobrevivência, a luta pelo poder, um braço de ferro entre o homem e o animal, que vai levar ao ódio e à sede de vingança. Porém, há algo ainda mais forte que estes dois, que é a força da natureza num lugar adverso para a maioria dos seres vivos.

Um livro bonito, onde predomina o azul e o branco, e onde apesar da tensão em muitas partes da história, nas pranchas que não contém falas, o leitor consegue respirar e apreciar a paisagem.






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