Lemos o segundo volume de Sunny poucos dias depois de termos lido o primeiro. Já tínhamos lido boas críticas e por isso tínhamos alguma curiosidade em conhecer a história criada por Taiyo Matsumoto e editada pela Devir.
A história passa-se numa casa de acolhimento, a Hoshinoko, onde um grupo heterogéneo de crianças enfrenta as inseguranças próprias do crescimento, mas também relacionadas com o seu problema social, pelo facto de terem sido abandonadas ou ficado órfãs.
Entre as piadas infantis, birras e brincadeiras próprias das crianças, o autor vai-nos mostrando à vez, o drama pessoal de cada criança. Embora sejam bem tratadas na Casa de Acolhimento e vivam como se fossem uma família grande, a verdade é que do ponto de vista afectivo as crianças são muito carentes e vivem na ansiedade e esperança constante de que a família as venha buscar e que a sua permanência na sua nova casa seja temporária.
Deste lado, foi uma leitura muito especial e emotiva por dois motivos: primeiro porque tendo trabalhado precisamente numa casa de acolhimento, foram muitas as semelhanças encontradas e vieram à memória muitas recordações; segundo porque tivemos uma outra surpresa com Sunny, que não é uma personagem, mas uma figura sempre presente: um Datsun Sunny, um carro que nos remete para recordações da nossa própria infância.
E falando no Sunny, é um carro que não anda, mas representa um ponto de refúgio para as crianças da história. É lá para dentro que vão brincar, que vão chorar e que vão viajar usando a imaginação.
De realçar que Sunny inspira-se na própria infância do autor e na sua experiência de vida, o que lhe dá ainda mais propriedade para contar esta história tocante que conquistou fãs em todo o mundo e já recebeu, entre outros, o Prémio Shogakukan para Melhor Mangá em 2016.
Apenas uma palavra adicional sobre os visuais, com páginas a preto e branco, apenas com algumas a cores, muito bonitas. Ficam aqui exemplos.
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