Michel Vaillant Légendes - T.2 L’Âme des Pilotes
Michel Vaillant é uma daquelas séries que sempre foi bem-amada em Portugal. Recentemente a marca Michel Vaillant tem dado origem a tantas edições, spin-offs e variações que nem sempre é fácil não nos “perdermos”. Criado em 1957, o primeiro álbum de Michell Vaillant foi publicado há 65 anos.
A série original teve 70 tomos, se ignorarmos edições especiais, publicitárias, etc, etc. Há ainda a série das novas aventuras (já por diversas vezes aqui mencionada, e que vai já com 12 álbuns). Temos ainda as histórias curtas – cujo primeiro tomo “Origens” é significativo no título, e que vai já com 3 tomos publicados (dos dois primeiros editados em português já aqui puderam ler uma análise). Claro, não nos esqueçamos do spin-off “Dossiers” que vai já com 17 números.
Em 2022 foi inaugurada uma nova série: Légendes (Lendas), construída em torno da presença de Michel Vaillant (e Steve Warson) em corridas míticas na história do desporto automóvel. O primeiro tomo foi sobre Indianapolis (1966), e o segundo de que hoje vos falo sobre o Mónaco (1971). Esta série tem argumentos de Denis Lapière, que se tornou o argumentista de serviço da marca, e desenho de Vincent Dutreuil.
O argumento é clássico, com aventura qb, interessantes descrições de momentos das classificativas e da corrida, perseguição e espionagem nos intervalos, câmaras focadas sobre alguns pilotos célebres, como Jackie Stewart, e uma entrevista em que Michel Vaillant abre a sua alma a uma escritora que foi contratada por uma revista. Nada de muito novo, segue-se com agrado, e os conhecedores da série irão perceber as relações deste episódio com “Série Negra” um dos álbuns “míticos” de Jean Graton. Com franqueza, depois de mais de 100 tomos publicados em torno de Michel Vaillant, tenderia a dizer que se torna difícil inovar de forma credível… mas mantenhamos o otimismo.
Quanto ao desenho, o circuito é bem reproduzido, as viaturas estão bastante bem, as imagens da corrida são bastante próximas das origens das aventuras de Michel Vaillant, os “cenários” são clássicos, mas bem desenhados. O único senão está em ocasionais problemas e erros nos rostos de alguns personagens. Não estraga o prazer da leitura, mas os erros são visíveis.
Não deixando de chamar a atenção para o facto de, no universo Michel Vaillant ainda termos os oito tomos das aventuras de Julie Wood (já para não falar de “Les Labourdet), termino referindo que esta BD foi editada pela Graton, casa de edição criada por Jean Graton (em 1982), falecido em 2021 e que teria feito o ano passado 100 anos.
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