segunda-feira, 15 de abril de 2024

A nossa opinião sobre "A Universidade das Cabras", de Christian Lax - edição Arte de Autor


Já aqui tínhamos publicado a opinião do Miguel Cruz, da sua leitura da versão francesa (Futuropolis) da obra "L’ Université des Chévres". Meses depois, a obra foi publicada na sua versão portuguesa pela Arte de Autor e com o título "A Universidade das Cabras".

Desta feita, concluímos agora a leitura em português e em tudo concordamos com o Miguel. É uma obra super recomendável, de grande qualidade tanto do ponto de vista dos desenhos como do argumento.

A história leva-nos a cenários incríveis que passam pelos Alpes, pelos Estados Unidos e pelo Afeganistão, em pranchas que variam entre o tradicional, outras com ilustrações de dupla página ou página inteira, outras com vinhetas em formato panorâmico ou ao alto, mas todas fazem sentido no sítio certo e para dar destaque a algum momento da narrativa ou para nos ajudar a fazermos uma pausa e respirar fundo. Sim, porque o tema é forte e aborda temas que geram controvérsia e violência. Estamos a falar da importância da educação, do saber ler e escrever e da proibição que existiu e ainda existe do acesso à escola. É mais fácil manipular quem não pensa, não conhece, não sabe e não questiona. 

Assim, temos por um lado os resistentes, os que lutam pelo acesso à educação e que por amor ao ensino, arriscam a vida e ensinam estoicamente sem nenhumas condições. Do outro lado temos os fanáticos religiosos, extremistas e questões políticas que se opõem ao acesso à educação, principalmente no que toca às mulheres. A par da violência é também uma história sobre a generosidade e o amor.

A Universidade das Cabras, projecto que vai ser acarinhado por várias gerações, do século XVIII aos nossos dias, embora seja uma história ficcionada, conta-nos muitas verdades nuas e cruas e não poupa o leitor à violência que ocorre por parte dos obscurantistas. Christian Lax oferece-nos uma obra de referência, que nos faz reflectir sobre a importância da escola e como esse santuário do saber devia ser um lugar onde todas as crianças fossem livres para aprender. 





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