…na minha opinião, evidentemente! Como de costume, a escolha de um conjunto de dez bandas desenhadas revela-se um exercício difícil e, eventualmente, diretamente correlacionado com o estado de espírito do momento em que estas linhas são escritas. Faço notar que esta escolha é referente ao que li em edição franco-belga e, para além disso, procura-se focar naquelas obras que me suscitaram maior prazer de leitura. A ordem pela qual as coloco é, penso eu, aleatória:
Je Suis Leur Silence de Jordi Lafebre é uma escolha óbvia, e que muitas das leitoras e muitos dos leitores já conhecem, uma vez que já foi editado na nossa língua. Editado em francês pela Dargaud.
Frontier de Guillaume Singelin é outra escolha óbvia, atento o número de vezes em que foi por mim aqui mencionada. Da Rue de Sèvres.
Contrition de Keko e Carlos Portela é uma escolha menos óbvia, talvez menos consensual pela temática tratada. Da Denoël Graphics.
Chumbo. Pois é, esta longa saga passada no Brasil é um destaque de 2023. De Matthias Lehmann editado pela Casterman.
Maltempo de Alfred, editado pela Delcourt. Chama a atenção pelo ambiente descrito da década de 80 no Sul de Itália e pela sua qualidade narrativa.
Échecs de Victor Pinel, editado pela Bamboo é uma das BD de que ainda aqui não falei, mas que merece a atenção. Trata-se de um romance de histórias de amor, de encontros e desencontros, em que cada personagem tem comportamentos distintos, uns mais lineares, outros mais saltitões, e outros ainda mais sobranceiros, como num jogo de xadrez. Muito agradável, e com um fio condutor da narrativa com características inovadoras.
Lucky Luke visto por Blutch: “Les Indomptés”. Talvez este seja um “guilty pleasure”, mas um prazer na mesma. Não é um Lucky Luke normal, apesar de as referências essenciais lá estarem. O desenho é muito agradável, virtuoso e expressivo. Duas crianças ativas e criativas vão colocar o nosso cowboy em várias situações inesperadas. Divertido, imaginativo e bem disposto.
Slava de Gomont e editado pela Dargaud. A saga de um pequeno número de personagens na Rússia da Perestroika.
Le Fils de Pan de Frabrizio Dori. Mais uma obra de um autor Italiano. Divertido, culto, completamente fora da caixa, a aventura deste seguidor de Pan esquecido no nosso mundo. Editado pela Sarbacane.
Ivo a mis les Voiles, de Nicolaï Pinheiro, editado pela Sarbacane (ainda). A procura das razões da certificada morte de um tio num local afastado daquele onde vivia, e por razões desconhecidas. Mais uma história passada no Brasil. Excelente.
Esperemos que vários destes livros possam ser editados em Portugal. E pronto, fiquemos por aqui que já estou com remorsos de não incluir nesta lista “Madeleine Résistante” ou “Musée” ou ainda “Le Dernier Jour de Howard Phillips Lovecraft” de que conto aqui falar brevemente.
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