Uma semana depois de ter terminado, fazemos agora um balanço do que foram os nossos quatro dias na Comic Con Portugal, edição de 2024.
Estávamos expectantes com o regresso ao Porto, mas efectivamente o espaço da Exponor é mais adequado ao evento do que o Parque das Nações. O nosso local preferido continua a ser o Passeio Marítimo de Algés, mas são opiniões e cada um terá as suas preferências. Porém, as mudanças trazem sempre coisas boas e outras menos boas e aqui não foi excepção. Vamos cingir-nos à área da Banda Desenhada que é o mais nos interessa.
Por exemplo, no Parque das Nações, o auditório onde decorreram os painéis (o Spotlight) era muito próximo da zona de autógrafos referentes à BD. Esse isolamento ajudava à organização e à tranquilidade, mas não dava a conhecer os autores ao público em geral presente na Comic Con.
Desta vez a zona de autógrafos era comum, juntando autores de Banda Desenhada, com autores de literatura, actores de cinema e televisão, etc. E pela primeira vez sentimos o destaque que lhes foi dado tanto desta forma como com a sua presença nas entrevistas no Sapo Stage, à vista de toda a gente que passava naquele pavilhão. No entanto, com tudo o que se passava à volta e com o barulho das várias activações de marca ali perto, não era fácil ter atenção à conversa.
Para além destas entrevistas, cada autor teve um painel a ele dedicado, conduzido por variadas pessoas, entre os quais nós próprios que tivemos o privilégio de orientar a conversa com Jorge Coelho e a conversa com Teresa Valero. Os nossos e os outros painéis constituíram fantásticas oportunidades de conhecer melhor estes e outros autores como François Boucq, Jordi Lafebre, Juan Díaz Canales ou Miguelanxo Prado, mas foi pena continuar a verificar-se uma fraca audiência. Não queremos estar sempre a bater na mesma tecla, mas esta situação perdura ano após ano e a organização ainda não conseguiu solucionar. O mal não é só da Comic Con, pois em outros eventos também verificamos o mesmo. A realização de painéis ao mesmo tempo em que decorrem os autógrafos faz com que os fãs prefiram marcar o seu lugar nas filas do que estar a assistir aos painéis. Muitos confessaram que gostariam de os ouvir, mas que não prescindiam de tentar conseguir os seus livros autografados. Quanto aos auditórios dos painéis, muitas conversas estavam previstas acontecer no Spotlight, muito próximo da zona de autógrafos, mas que foram deslocalizadas para um pequeno espaço, mal sinalizado, o que fez agravar ainda mais a questão da pouca afluência de público. Já no Spotlight o número de pessoas foi um pouco maior, tendo em conta que este auditório era mais acessível e um lugar de passagem. Ajudou um pouco o passatempo promovido pela organização e a editora Ala dos Livros, que sorteou livros pelas pessoas que foram assistir a painéis de autores daquela editora.
Falemos agora de autógrafos: sendo um dos melhores anos, senão mesmo o melhor, no que toca à lista de figuras da Banda Desenhada (André Lima Araújo, Daniel Henriques, François Boucq, Frank Cho, Jordi Lafebre, Jorge Coelho, Juan Díaz Canales, Miguelanxo Prado, Mike Grell, Ryan Ottley, Stan Sakai e Teresa Valero), as filas estiveram sempre muito bem compostas e não se viram autores desocupados, como em anos anteriores. Deste lado fomos bem sucedidos e deixamos aqui alguns exemplos dos desenhos que recebemos dos autores, todos eles simpáticos e muito disponíveis. Nas imagens os desenhos de Boucq (que nos fez um desenho 25 anos depois de nos ter dado um autógrafo em Angoulême), Juan Díaz Canales, Jordi Lafebre, Teresa Valero e Jorge Coelho.
Por último uma palavras para o Cosplay, pois não pudemos deixar de reparar que a quantidade de Cosplayers no Norte foi muito superior à das edições de Oeiras e Lisboa. E incríveis!
Até para o ano Comic Con e obrigado pelo convite!