"Nocturno Berlinense" é o 16.º tomo de Corto Maltese e corresponde ao quatro assinado pela dupla de autores Juan Díaz Canales (argumento) e Rubén Pellejero (desenhos e cores), responsáveis pelas suas novas aventuras, depois do seu criador, Hugo Pratt.
Já aqui tínhamos publicado a opinião de Miguel Cruz e anunciado que iríamos fazer a apresentação do livro no Amadora BD, a convite da editora Arte de Autor, o que aconteceu em Outubro. Faltava publicar a nossa opinião sobre este livro que, pela importância do seu protagonista, foi um dos lançamentos marcantes de 2022.
É relevante falar desta história, pois desta vez não tem o mar como cenário, nem nenhuma ilha paradisíaca e longínqua. A acção desenrola-se entre Berlim e Praga, em meados da década de 1920 e também é relevante pelo seu enquadramento enquadramento histórico, num período de ascenção nazi. E a par do contexto histórico que contem muitos pormenores, o livro é fiel à linha seguida por Hugo Pratt no que toca ao esoterismo. Podemos então concluir que este é um livro riquíssimo de conteúdo, do ponto de vista cultural e social, mas que consegue harmoniosamente juntar tudo isto, não faltando as intrigas, as amizades, o perigo, a aventura. Corto Maltese move-se tão bem aqui, como a bordo de um navio.
Uma palavra sobre a capa. Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Foram várias as pessoas que não gostaram à primeira e outras que gostaram logo, porque, tal como o cenário não é o habitual, a utilização destas cores quer na capa, quer em algumas pranchas, também não. Ao princípio estranhámos, mas depois de ler o livro, a paleta de cores já nos fez todo o sentido.
Um grande aplauso para a dupla Canales e Pellejero, por este excelente álbum, cuja leitura recomendamos.
Lembramos a sinopse:
Alemanha, 1924. Corto Maltese vagueia pelas ruas de Berlim com o escritor Joseph Roth quando descobre a morte de um velho amigo. O marinheiro seguirá a pista o assassino sobre o pano de fundo de um país convulsionado pela bancarrota, a guerra, o assassinato político, os golpes de Estado e a ameaça incipiente do nazismo.
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