Esta foi uma leitura que fizemos sem paragens. Um mangá espectacular e com características únicas e que superou as nossas expectativas. Trata-se de uma adaptação para mangá por Kenji Tsuruta, da obra original de 1979, com o mesmo nome, da autoria de Shinji Kajio.
Editado em Portugal pela Sendai Editora, e o melhor título da editora até agora, na nossa opinião, teve lançamento no IberAnime Porto e no Amadora BD em 2022. É um volume único, com sentido de leitura de um mangá, de trás para a frente e da direita para a esquerda, mas que neste caso tem o mangá nesse sentido e no lado oposto tem o conto original em texto corrido. Ainda um posfácio, com a explicação dos dois autores sobre como surgiu a ideia da história e da sua adaptação. O livro tem desenhos muito bonitos, são 208 páginas a preto e branco, de uma história incrível que devoramos e no final somos brindados com 12 páginas a cores, com desenhos extra que destacam a protagonista.
A história passa-se no Sul do Japão, em Fevereiro de 1967. Um jovem com algumas desilusões amorosas conhece uma rapariga errante. Sardas, olhar misterioso, um cigarro e um saco de viagem com as letras “EN” bordadas. Ao conversarem, ela conta-lhe uma das histórias mais absurdas que ele já ouvira: a rapariga lembra-se de tudo o que existe e já existiu desde o princípio dos tempos. Um argumento curioso, que nos prende do princípio ao fim, onde tudo nos é contado de uma forma bonita e divertida até. O final, inesperado, é brilhante.
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