Já tínhamos lido a versão francesa e agora relemos Tananarive na versão portuguesa, editada pela ASA. A leitura desta obra de Sylvain Vallée e Mark Eacersall fez-nos identificar vários tipos de pessoas que vamos conhecendo ao longo da vida. Há os aventureiros e empreendedores, há os certinhos e pouco dados a pôr o pé fora do risco, há os que fingem ter uma vida mais interessante do que têm na realidade, o que hoje em dia vemos bastante com as redes sociais. Aqui não é de redes sociais que estamos a falar, mas a história mostra-nos dois grandes amigos, já com uma idade avançada, que não poderiam ser mais diferentes. O primeiro (Jo) é um excêntrico que vive sozinho e sem compromissos, um pouco fanfarrão que vive de hipotéticas grandes aventuras que viveu ao longo da vida. O outro (Amédée), seu vizinho, é um notário reformado que vive uma vida certinha e regrada, cumprindo à risca as indicações e medicação imposta pela sua ditadora mulher. A pouca animação que tem na vida é ouvir as histórias sobre as aventuras vividas pelo seu amigo.
Curiosamente é o recatado Amédée que vai lançar-se à aventura pela primeira vez na vida. Uma aventura que pode parecer muito pequena, mas que para ele se reveste de uma grande importância e até num ponto de viragem na sua vida sem sal. A sua grande odisseia leva-o a voltar a conduzir no seu descapotável que há muito não saía da garagem, em busca de um hipotético herdeiro do seu vizinho.
A grande lição que tiramos desta leitura é o cliché "nunca é tarde". Neste caso, nunca é tarde para vivermos uma aventura, nunca é tarde para viajar, nunca é tarde para amar, nunca é tarde para aprendermos mais sobre a vida e sobre nós. Gostamos muito destes livros que nos fazem reflectir e em boa hora a ASA trouxe este livro para os leitores portugueses.
Uma palavra para o desenho de Sylvain Vallée super expressivo e divertido e para a homenagem às Aventuras de Tintin que é visível em várias partes do livro.
Resumindo: não percam este livro!
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