Ficámos desde logo entusiasmados para ler este livro, tendo em conta que já conhecíamos pelo menos um dos romances de Guillaume Musso. Ver uma obra sua adaptada para Banda Desenhada, despertou a nossa atenção e curiosidade e as ilustrações de Miles Hyman também nos pareciam promissoras.
Acresce a tudo isso já termos lido, e publicado aqui, a crítica do Miguel Cruz à edição francesa. Posto isso, avançámos sem medos para a leitura deste "A Vida Secreta dos Escritores", edição da Gradiva BD.
Convém recordar a sinopse: Depois de publicar três romances muito bem recebidos no mercado, o aclamado autor Nathan Fawles anuncia que vai deixar de escrever e retirar-se para Beaumont, uma ilha tão selvagem quanto bela ao largo da costa do Mediterrâneo. Vinte anos mais tarde, quando os seus romances ainda continuam a cativar os leitores, Mathilde Monney, uma jovem jornalista, chega à ilha, determinada a descobrir o seu segredo. Começa um perigoso confronto frente a frente, onde colidem verdades e mentiras onde o amor e o medo se cruzam...
A juntar-se a tudo isto, há um aspirante a escritor, que insiste em conseguir chegar à fala com Fawles, que não recebe visitas de ninguém, não fala com ninguém, não quer nem ouvir falar em escrita. A estranheza desse isolamento e do fim de carreira abrupto, quando estava no auge e era um autor de sucesso, aguça ainda mais a curiosidade do jovem seu fã que quer vingar também no mundo dos livros.
A obra é de leitura fácil e envolvente, está muito bem escrita e, sendo sobre um escritor, o livro é pontuado de quando em quando, como para separar capítulos e fazer uma pausa antes de mudar de cena, por citações de escritores famosos desde Margaret Atwood a Umberto Eco, de Milan Kundera a Franz Kafka.
O enredo é quase um policial, a cada cena vamos desvendando um pouco mais e descobrindo segredos, mentiras, episódios que parecem coincidências, mas que não o são. Há emoção, perigo, paixão, tristeza, traumas, vingança. Os desenhos são muito expressivos e de cores fortes, acompanhando a narrativa de forma perfeita, fazendo as tais pausas de que falámos com as citações dos escritores e também em pranchas de página inteira e dupla página de grande impacto visual.
Tal como disse o Miguel Cruz, é um livro muito cinematográfico.
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