Tínhamos gostado tanto do primeiro, que sabíamos que íamos gostar do segundo. Só não sabíamos que íamos gostar ainda mais. Na nossa opinião continua a ser a melhor obra de mangá editada pela Sendai Editora.
Depois de "Lembranças de Emanon", lemos então o "Vagueações de Emanon", dos mesmos autores e esta edição - Shinji Kajio e Kenji Tsuruta , tal como a anterior, tem a particularidade de ser um mangá tradicional, de leitura de trás para a frente, mas na outra ponta do livro, podemos começar a ler à nossa maneira um conto. Neste conto, um médico examina um rapaz que aparenta ter os mesmos poderes de Emanon, mas qual será a relação entre eles? Resumindo, este livro é um dois em um. Tem um conto que se lê no sentido que estamos habituados e do outro lado um mangá, no sentido inverso. As primeiras páginas do mangá são a cores, mas tenham cor ou sejam a preto e branco, os desenhos são sempre bonitos e de uma enorme delicadeza.
Neste volume reencontramos Emanon, uma rapariga misteriosa, com sardas e um olhar profundo, que vagueia pela Terra desde o início dos tempos. Emanon encontra-se agora numa vila nas montanhas, para uma missão diferente. Aqui lembra-se da sua infância e de um facto que nunca ocorreu em nenhuma das gerações que viveu até agora: Emanon tem um irmão gémeo e quer encontrá-lo.
Por aqui a leitura fez-se de uma assentada. Apesar de querermos apreciar bem cada prancha, a história é tão original, cativante e envolvente que quase sem dar por isso, lemos as 156 páginas a preto e branco e as 68 a cores num instante. Emanon é uma rapariga única e difícil de compreender e entender, pois ela existe desde o início dos tempos e a sua existência é, até para ela própria, envolta em mistério. Como todos os seres imortais que lemos nos livros ou vemos nos filmes, a solidão faz parte desta protagonista que tem outra particularidade: não tem ar de heroína nem de pessoa especial, mas aparenta ser uma jovem normal, simples, de calças de ganga (outras vezes nua, é certo), cabelos compridos e sardas.
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