L’ Art de la Guerre
Não, não se trata de Sun Tsu, mas sim de uma das BD mais difíceis de classificar dos últimos tempos editoriais franco-belga. Da série Blake e Mortimer, José -Louis Bocquet (já aqui várias vezes mencionado e argumentista de “Oito Horas em Berlin”), Fromental (bem conhecido argumentista e que co-escreveu “Oito Horas em Berlin”) e Floc’h (lembram-se da série Albany & Sturgess, com títulos notáveis como “O Encontro de Sevenoaks” ou “À Procura de Sir Malcom”) entregam-nos uma BD interessante, bem imaginada, mas que não constituirá um opus na tradição das sequelas de Blake e Mortimer de Jacobs.
Trata-se de uma BD ovni, tal como o foi o “O Último Faraó”.
Floc’h tem um desenho elegante, apurado, muito bom para representar a histórica fleugma britânica, mas muito longe do nível de detalhe e pormenor e perfeição teatral das narrativas Jacobsianas e da maioria das suas sequelas. O desenho é de “grandes dimensões”, a obra estende-se por 138 páginas - parece adequado!
Pretendendo surgir sequencialmente após “A Marca Amarela”, esta BD procura ainda introduzir um elemento de atualidade através de um discurso do Capitão Blake nas Nações Unidas apelando à necessidade de uma paz duradoura, e uma novidade com a presença do nosso duo de heróis em Nova Iorque. E quem ouve “a presença de Blake e de Mortimer”, imagina automaticamente a “omnipresença” de Olrik. Pois é, o nosso coronel, espião, encarnação da malvadez, lá está, mas “não em muito bom estado”, acabadinho de sair da aventura (desventura) Marca Amarela (pobre Guinea Pig!).
A captura de Olrik, depois de uma estranha intervenção na secção egípcia do Metropolitan Museum, e uma vez informados os nossos heróis via FBI, vai espoletar um conjunto de interessantes acontecimentos.
Os puristas criticarão a discrepância do desenho em relação às baias definidas para a série. Eu como grande fã de Jacobs demorei a “habituar os olhos”. Mas o ambiente está lá, e a BD devora-se com muita facilidade e agrado. Como habitualmente com a chancela editorial Blake et Mortimer. Esperemos agora pela edição portuguesa para breve.
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