quinta-feira, 30 de junho de 2022

"A Cicatriz" é a mais recente novidade da Escorpião Azul

 


Lançado pela Escorpião Azul a quando a presença no Festival de BD de Beja no final do mês de Maio de um dos autores Andrea Ferraris, "A Cicatriz" está agora disponível no mercado nacional. Em breve falaremos de novo nele depois de o ter lido.

“A Cicatriz” é uma reportagem gráfica sobre a dura realidade que existe em ambos os lados da fronteira entre o México e os Estados Unidos. Três mil e duzentos quilómetros de um Muro que divide a sociedade, criando uma ferida profunda em torno  da qual vão alternando a escuridão, a luz, a violência e a humanidade. Andrea Ferraris e Renato Chiocca viajaram para Tucson e Nogales para documentar as histórias dos que vivem na sombra desse Muro: uma zona de guerra em terra de ninguém. O que eles viram e ouviram foi capturado nesta novela gráfica

Os autores:

Renato Chiocca: É realizador e argumentista, trabalha para cinema, teatro e televisão. Realizou vários documentários sobre os Himalaias, Cuba, Lampedusa, Tunísia e outras curtas metragens, anúncios, videoclipes e programas de televisão. Entre o cinema e a banda desenhada dirigiu "Mattotti" (2006), sobre a obra de Lorenzo Mattotti com a participação do Prémio Pulitzer Art Spiegelman, e "Once Out" (2012), livremente inspirado em “Os Inocentes” de Gipi.

Andrea Ferraris: "Gosto de pessoas que têm paixões fortes, que levam vidas estranhas e não têm medo de demonstrá-las. Adoro ouvir e ler histórias. Por isso escrevo e desenho. Sou autor de cinco livros. Dois realizados com grandes amigos, “Bottecchia”, com Giacomo Revelli e “La Cicatrice” em conjunto com Renato Chiocca. Duas novelas a solo, "Churubusco" e "La Lingua del Diavolo" publicados em Itália, França, Portugal, EUA e México. E por último um livro autobiográfico, “Una Zanzara nell’Orecchio” publicado pela editora Einaudi em Itália, pela Delcourt em França e pela Epix na Suécia".






"Mínimos 2 - A Ascenção do Gru" estreia hoje nos cinemas!

 


Fomos assistir ao visionamento do novo filme dos Mínimos. E para os fãs das pequenas criaturas amarelas, temos boas notícias: mantém o habitual nível de gargalhadas! Estreia hoje e merece uma ida ao cinema para o ver.

"Minions: A Ascensão de Gru" leva-nos até às origens do nosso vilão narigudo e maldisposto, desde o início da parceria com os Minions , aos seus primeiros atos como supervilão e à sua tentativa de entrar desde cedo na elite dos vilões. 
Ao longo do filme vemos Gru a aprender os “ossos do ofício” e também a cometer erros de iniciante, que levam a que este seja capturado. Dito isto, cabe a Stuart, Bob, Kevin e Otto salvarem o seu mini chefe, cada um com as suas funções, desde a arte do Kung Fu até à amizade com um motoqueiro. 
Ao estilo a que já nos habituaram, os Minions continuam a ser os fiéis parceiros amarelos de sempre, com as suas piadas e modo de falar característicos, e o seu amor a bananas que também teve direito a referências. 
Sem dúvida um filme que completa a história do universo Gru e dos seus Minions.
A não perder.

Até lá podem ver aqui o trailer.

Texto de Tiago Cunha

quarta-feira, 29 de junho de 2022

Primeiro volume da colecção "U-Boot", hoje nas bancas!

 


"Doutor Mengel" é o título do primeiro volume de uma colecção de quatro livros, intitulada U-Boot, resultante da parceria ASA-Público e que sai agora às quartas-feiras. O autor, Jean-Yves Delitte, apresenta-nos uma narrativa histórica e thriller internacional, que nos leva a uma conspiração que atravessa gerações.

Em Maio de 1951, uma expedição de cartógrafos ingleses faz o reconhecimento do traçado da Amazónia. Em plena selva, descobre o casco completamente destroçado de um submarino alemão da Segunda Guerra Mundial, um U-Boot que tinha partido com destino à América Latina em 1945 e cuja tripulação tinha sido dada como morta durante a travessia do Atlântico. Em 2059, Pietro Campinello, um jovem estudante veneziano, faz uma descoberta bombástica sobre o Grupo Maher. Paga-la-á com a própria vida. 

Esta Banda Desenhada extremamente bem estruturada mantém o leitor em suspense do princípio ao fim, tendo como pano de fundo um intrincado escândalo que abarca as áreas das finanças e da medicina!



terça-feira, 28 de junho de 2022

Hoje recomeça a colecção dos Clássicos da Literatura em Banda Desenhada, com mais 16 volumes


Está de regresso a colecção Clássicos da Literatura em Banda Desenhada, da Levoir e da RTP. aos 14 volumes já existentes, vão juntar-se mais 16 livros (14 obras) com histórias apaixonantes dos grandes autores da literatura mundial. O volume 15, 20.000 Léguas Submarinas de Júlio Verne estará hoje disponível em banca e terá um custo de por 13,90€. Serão ainda reimpressos os primeiros cinco volumes: "A volta ao mundo em 80 dias", de Júlio Verne; "Alice no País das maravilhas", de Lewis Carroll; "Odisseia", de Homero; "Tom Sawyer", de Mark Twain e "Oliver Twist", de Charles Dickens.

Eis os novos títulos da colecção:

15 - 20 000 Léguas Submarinas - Júlio Verne

16 - Sandokan e o Tigre de Mompracem - Emilio Salgari

17 - Madame Bovary - Gustave Flaubert

18 - As Mil e uma Noites - Vários Autores

19 - Quo Vadis - Henryk Sienkiewicz

20 - Os Miseráveis I - Victor Hugo

21 - Os Miseráveis II - Victor Hugo

22 - Presa Branca - Jack London 

23 - A Guerra dos Mundos - H. G. Wells 

24 - Ivanhoe - Walter Scott 

25 - Conto de Natal - Charles Dickens

26 - Viagem ao Centro da Terra - Júlio Verne

27 - Guerra e Paz - I - Tolstoi

28 - Guerra e Paz - II - Tolstoi

29 - Os Desastres de Sofia - Condessa de Ségur

30 - Auto da Barca do Inferno - Gil Vicente


segunda-feira, 27 de junho de 2022

A opinião de Miguel Cruz sobre três livros: "Les Dames de Kimoto", de Cyril Bonin; "The Last Detective", de Claúdio Alvarez e Geraldo Borges e "Something is Killing the Children", de James Tynion IV e Werther Dell’Edera


Les Dames de Kimoto

Confesso ter uma boa impressão sobre a generalidade dos exercícios de adaptação de obras literárias à Banda Desenhada, talvez com exceção de alguns exercícios inseridos em coleções de divulgação (a granel) de obras literárias (ou seja, há exceções). E tenho essa boa impressão desde a grande paixão pela adaptação da Ilha Misteriosa de Júlio Verne pelo F. Caprioli, e editada em português.

Vem este comentário a propósito de ter gostado bastante da adaptação do romance de Sawako Aryishi, com o nome de Les Dames de Kimoto, de Cyril Bonin e publicado pela Sarbacane em Março de 2022. Mas gostei mesmo muito! 

Não conhecia o autor do romance, sendo que conheço já bem a obra do autor de Banda Desenhada, desenhador, ainda no final do século passado, de uma série que apreciei particularmente, chamada Fog, que relata um conjunto de mistérios e crimes passados na Inglaterra Vitoriana, num ambiente de grande miséria e muito nevoeiro (Fog, mais corretamente, atenta a poluição da época).

Mais de 20 anos mais tarde, tive o prazer de ler Stella, um One Shot estranho que acompanha um autor de romances, em queda de popularidade, e que tem uma relação mais do que ficcional com a sua heroína cujo nome dá título à obra. Uma história amarga e fantasiosa, de que ou se gosta ou se odeia. Eu fiquei-me pelos primeiros. 

Isto para citar apenas dois exemplos.

Em Les Dames de Kimoto, tudo começa com a descrição dos elos de ligação, através da tradição japonesa, entre uma avó (Toyono), personagem de grande caráter inteligência e dominante, e a sua neta (Hana), personagem principal e central da quase totalidade desta obra. 

Ao longo desta BD vamos tomando conhecimento do papel reservado às mulheres no Japão desde o final do Seculo XIX, e a transformação da sociedade japonesa, das tradições e da condição das mulheres, gradualmente a partir do início do século XX e, em particular com a chegada ao poder dos nacionalistas, e depois com o eclodir da II Grande Guerra.

Para tal vamos acompanhando a história de Hana – do seu marido, um político em ascensão, num casamento arranjado pela sua avó, e também do seu cunhado pouco convencional – sempre dividida entre o cumprimento escrupuloso do seu papel tradicional, subalterno, mas impactante, e a sua necessidade de agir em função dos problemas que tão bem vai antecipando à sua evolução social desejada, da sua revoltada filha Fumio e da sua neta Hanako, inteligente e à procura do seu papel numa sociedade em grande mudança. 

Uma BD inteligente, interessante, muito bem trabalhada ao nível da sequência narrativa, dos detalhes do contexto social e relacional, com um desenho muito apropriado, agradável, colorido, e um tom narrativo adequado para movimentações essencialmente de bastidores, e atuações muito subtis. São mais de 100 páginas, a leitura é longa e os detalhes abundam e são importantes, mas é difícil parar a leitura antes de se chegar ao final.

O contexto histórico é suficientemente detalhado, descrito sem estados de alma ou excessivas agitações, apesar das posições de revolta de Fumio. E a adaptação de todas e todos ao contexto político é muito interessante.

Trata-se de uma realidade que não nos é muito próxima, e esta BD é uma verdadeira lufada de ar fresco nas temáticas habituais, de leitura muito recomendada, embora se saiba que o contexto literário e pausado da obra não será do agrado de todos.




The Last Detective

Mais clássico não poderia ser: um polícia solitário, desiludido com a vida, isolado na selva, vê-se obrigado a sair da sua “reforma” para conduzir uma investigação associada a uma droga com efeitos devastadores ao final de um período de 5 dias, e recordar, com dor, a investigação que muitos anos antes lhe destruiu a carreira e lhe deixou marcas psicológicas e físicas.

Corrupção, crime, violência, num contexto de América do Sul, num país ou Estado chamado de New Amazonia.

O que já não é clássico é que esta aventura é passada num futuro (próximo?), as armas são tecnologicamente muito evoluídas, androides e implantes, tecnologias de localização são comuns, o que constitui um apoio grande para o nosso detetive Joe Santos (que já foi mais jovem!).

A ação é o elemento dominante deste One Shot (pelo menos anunciado como tal) que, com algum humor, procura abordar os temas da corrupção de políticos e da polícia, e ainda do impacto da inteligência artificial na vida em sociedade.

Este Comics da autoria de Claúdio Alvarez, do Chile, no texto e de Geraldo Borges, do Brasil, no desenho, cria um universo interessante e com alguma densidade de caracterização, descreve uma situação política credível, os desenhos são bem adequados às cenas de ação, embora o todo precisasse de mais do que 72 páginas para ser eficaz e para nos convencer totalmente.

Como em 2020 já tinha comprado um outro One Shot do mesmo argumentista (e com capa de Geraldo Borges) Sacred Bullets (mas aí em versão inglesa) e achei interessante e com alguns elementos inovadores, quando vi a publicação em França, pela Drakoo, deste The Last Detective, considerei uma boa aposta. Não estou arrependido, apesar de considerar que falta alguma profundidade à história, o que - estou a tentar adivinhar - pode eventualmente ser assegurado em publicações futuras de continuação da série.




Something is Killing the Children

Demorei bastante a aderir a esta série, apenas atento o seu nome, que prometia desagradabilidade. E a desagradabilidade que prometia, entrega, porque efetivamente, something is killing the children!

Foi agora publicado o Book One Deluxe Edition (compilação dos #1 a #15), da Boom Entertainment, e lá acabei por entrar nesta série cujas premissas são terríveis, e na qual não há qualquer promessa de um fim feliz.

James é o único sobrevivente do verdadeiro massacre que seguiu a ter contado o seu sonho aos seus amigos. Traumatizado, procura vingança, e encontra em Erica, uma caçadora de monstros, o crédito e a compreensão necessária, uma vez que os adultos “normais” não conseguem acreditar na explicação (?) para o ocorrido.

E estas são as duas linhas condutoras do primeiro ciclo deste universo: a investigação, o envolvimento de personagens, as perguntas e as descobertas decorrentes do que aconteceu e associadas aos medos mais profundos da adolescência, uma vez que alguma coisa anda a matar as crianças, e a linha de alargamento do universo através da caçadora de monstros que pertence a uma sociedade secreta, o que permite dar uma densidade de contexto muito interessante, ao mesmo tempo que Erica se vai tornando peça central nos combates e na busca que se desenrola ao longo dos 15 capítulos.

Diria que a história é bem construída, apesar de por vezes repulsiva, por James Tynion IV (um experimentado argumentista americano, do Wisconsin, do universo Batman), sendo que o desenho é excecionalmente dinâmico, impactante e adequado para o contexto da história. É o desenho do Italiano Werther Dell’Edera que nos atrai para querer aprofundar esta história, apesar de o vermelho ser a cor dominante. É um desenho que joga muito bem com a história, cru, bem ambientado a um contexto angustiante e opressivo, por um autor que já passou pelos universos de Hellblazer ou Batman.

Pra quem goste de boas e assustadoras histórias de terror, tem aqui um exemplo muito interessante e distintivo. Para quem gosta de um bom desenho, mas é fã de policial ou mistério, arrisque com cuidado…







Especial 25 anos! - Os parabéns de Corto Maltese, pelas mãos de Rubén Pellejero

 



Digam lá se não é incrível este desenho do Corto Maltese dirigido aos leitores do Juvebêdê, assinalando os nossos 25 anos? O autor foi Rubén Pellejero, o autor que nos últimos anos retomou a série Corto Maltese (de Hugo Pratt), em parceria com Juan Diaz Canales. 
Conhecemos Pellejero em 2019, no Amadora BD, na altura em que tinha sido lançado o álbum "Dia de Tarowean" da Arte de Autor. A par do seu enorme talento, uma enorme simpatia e disponibilidade, e prova disso é este incrível desenho que ficará na nossa história.



domingo, 26 de junho de 2022

BDs da estante - 483: Dilbert


Este volume de Dilbert, editado em 2012 pela ASA, tem um título excessivamente logo, mas em compensação os seus fãs encontram mais uma hilariante colecção de tiras, que são tudo menos inúteis. Um livro cheio de estratégias de escritório, burocracias, o caos das novas tecnologias e, obviamente, uma louca equipa de colegas.

sábado, 25 de junho de 2022

Inaugura hoje a exposição "Reflexos", com ilustrações de João Fazenda

Inaugura hoje, na Livraria-Galeria Municipal Verney, no concelho de Oeiras, uma exposição intitulada "Reflexos", com ilustrações de João Fazenda a partir da obra de Neves e Sousa

A série de trabalhos aborda as imagens onde a água aparece seja em rios, cascatas ou locais alagados. São sobretudo paisagens onde a ideia de reflexo é também trabalhada na composição, que é feita em espelho com as imagens originais.

Ao reinterpretar as obras de Neves de Sousa e nesse gesto criar um olhar sobre o seu olhar, geram-se imagens na superfície do papel, que desse modo, ficam guardadas por mais um tempo e se tornam memórias que mais tarde, como agora, podemos revisitar.

 A exposição pode ser visitada até 31 de Outubro. De segunda a sexta-feira das10h às 17h e aos sábados das 11h às 17h. Encerra aos domingos e feriados.

A opinião de Miguel Cruz sobre: "Tramp - Traquenard en Mer - Tomo 12", de Jean Charles Kraehn e Roberto Zaghi

 


Tramp 12 – Traquenard en Mer

Em 2003 a Asa editou o primeiro volume de uma série de aventuras denominada Tramp, em que a personagem central (“herói”) era o capitão Calec. Esta publicação não veio a ter continuidade.

A série Tramp foi criada em 1993 por Jean Charles Kraehn (argumento e desenho) e por Patrick Jusseaume (desenho), qualquer deles com vários álbuns de sucesso, mas que me recorde, nenhum deles publicados em Portugal: Gil St. André, L’Aviator, Le Triangle Secret, entre outros.

O primeiro ciclo desta série teve 6 tomos, em que Calec, um jovem comandante, tomado erradamente por inexperiente, é contratado por um armador para liderar a atividade comercial de um velho navio recuperado, sendo que a intenção não revelada é de que o navio venha a ser afundado para poder receber o dinheiro do seguro.

Para esse efeito, o armador em dificuldades financeiras conta com várias cumplicidades, nomeadamente a do nomeado segundo comandante do navio, seu homem de mão e “mau como as cobras”.

Calec consegue “safar-se” e ainda acaba por conhecer aquela que vai ser a sua mulher…

A série fez relevante sucesso, o que é natural. A história é bem construída, tem lógica, é consistente apesar de muito aventurosa, o suspense é muito, a ação também, e tudo é bem representado por um desenho cuidado, sóbrio e extraordinariamente eficaz nas cenas marítimas, que são a grande maioria. Para além disso, os dois autores documentaram-se detalhadamente, e dão-nos muitos pormenores técnicos e jargão da atividade da marinha mercante na década de 50. Esse cuidado tem um impacto muito positivo na credibilidade da história.

O segundo ciclo é passado na Indochina (estamos, recordo, na década de 50), e são três os tomos que completam uma história de aventura passado no período da guerra da força expedicionária francesa na Indochina. Os detalhes são muitos – os autores deslocaram-se a diversos locais desta região que inclui os posteriormente denominados Laos, Cambodja, Vietname (e parcelas da Tailândia). 

No tomo 10, Calec adquire um navio e passa a atuar por conta própria, apesar de problemas com sindicatos de estivadores e outras peripécias. Os tomos 10 e 11 são ambos histórias isoladas, interessantes, muito detalhadas e com desenhos e cores de grande qualidade.

Infelizmente, e isso é notório em ambos os tomos, Patrick Jusseaume, que veio a falecer em 2017, começou a ter sérios problemas de saúde. No tomo 10, as últimas páginas foram desenhadas por Kraehn, e no tomo 11 (publicado em 2017, com um hiato de 5 anos em relação ao anterior, tendo os dois autores esperado por uma recuperação do estado de saúde de Jusseaume) consegue-se perceber a arrepiante evolução da doença, sendo que, como é referido no livro, o cansaço levou a melhor e a partir da página 30, os desenhos são novamente de Kraehn. Este é também um testemunho da amizade que ligou os dois autores.

O Tomo 12 acaba de sair, com Roberto Zaghi no desenho. Este autor já tinha feito prova na série Thomas Silane. O desenho é diferente, talvez menos agradável, menos detalhado, mais vincado – faz-me lembrar mais um desenho do IRS – mas é eficaz, e vê-se a adaptação ao longo das páginas a este contexto marítimo. Portanto, por aqui as coisas estão bem encaminhadas.

A história é novamente muito bem construída, não é previsível, as surpresas são relevantes, os detalhes técnicos continuam a ser abundantes, e esta é a primeira parte de uma história que apenas se terminará no tomo 13. E termina com um suspense bem construído.

O navio Pierrick, do Comandante Calec, navega perto da Ilha da Reunião quando é apanhado numa tempestade, e apercebe-se da presença de um navio que parece estar a afundar-se. Na ausência de contacto rádio, Calec decide ir a bordo do navio que se afunda, e aí descobre que algo de estranho se passou, pois todos os tripulantes foram mortos de forma violenta. Não consegue descobrir mais pistas, e apenas consegue recuperar o único sobrevivente: Um papagaio na sua gaiola.

Após relatada esta aventura às autoridades marítimas, Calec aceita um frete da companhia concorrente que era dona do navio que afundou. E aí começam os problemas que se vão juntar ao pedido de divórcio que a sua mulher apresentou.

Pelo meio, temos uma escala em Lourenço Marques, onde as autoridades coloniais portuguesas são retratadas de forma pouco simpática. Lourenço Marques vai ser, geograficamente, o centro da trama que se vai desenrolar. Recordo que estamos na década de 50.

Em resumo, uma série de qualidade, com aventuras interessantes em alto mar, em que a Dargaud continua a apostar, após quase 30 anos.







sexta-feira, 24 de junho de 2022

Stranger Things - Acampamento de ciências, da ASA, já está nas livrarias!


Mais uma novidade editorial da ASA e de leitura obrigatória para os fãs da série "Stranger Things" da Netflix. Esta Banda Desenhada, com o título "Acampamento de ciências" foi escrita por Jody Houser (Critical Role, Stranger Things: Em Chamas) e desenhada por Edgar Salazar e Keith Champagne (Stranger Things: SEIS).

Sinopse:

Dustin chega ao acampamento de ciências Know Where e tem de lidar com hierarquia instituída sem a ajuda do seu grupo de amigos de Hawkins. Porém, ao mesmo tempo que enfrenta o bullying de alguns dos novos colegas, uma outra ameaça assombra os jovens cientistas e os monitores do acampamento: uma figura misteriosa, com uma máscara de Albert Einstein, aparece naquele cenário bucólico com intenções sinistras. Quando os monitores começam a desaparecer uns atrás dos outros, Dustin percebe que não conseguirá resolver o mistério sozinho e terá de se pôr em sintonia com Suzie e os outros participantes antes que a tensão se torne insuportável.

A autora:

Jody Houser decidiu que queria ser escritora aos oito anos de idade e daí para a frente nunca vacilou. Para o bem ou para o mal, também nunca ninguém lhe sugeriu que parasse. Licenciou-se em Escrita Criativa no Emerson College, em Boston, com uma tese sobre Escrita de Argumentos, tendo-lhe sido atribuída a Rod Parker Fellowship for Playwriting. A partir de 2006 começou a fazer experiências com webcomics, sendo a criadora da série webcomic de sucesso Cupcake POW!, lançada em 2010. Já publicou Faith (Valiant Comics), Max Ride: Ultimate Flight e Agent May (Marvel), e Orphan Black (IDW). Tem ainda contribuído, como autora, para muitas antologias, entre as quais Avengers: No More Bullying, Vertigo CMYK: Magenta, e as duas Womanthology.

"A Vingança do Conde Skarbek" ´de Yves Sente e Rosinsky é a nova aposta da Arte de Autor

 

A editora Arte de Autor anunciou esta semana mais uma novidade para este início de Verão. E uma novidade que traz dois nomes de peso. O livro "A vingança do Conde Skarbek" foi escrito por Yves Sente e ilustrado por Grzegorz Rosinski.

Originalmente publicado em França em dois volumes, é agora publicado num volume integral com um caderno de extras eróticos que encerra o livro.

Estamos em 1843. A história narra as tribulações românticas de um pintor, Louis Paulus, de regresso do exílio. Sob a identidade do Conde Skarbek, o pintor volta a Paris para confundir um famoso negociante de arte, Daniel Northbrook. Para isso, ele usará os "talentos" de sua antiga musa, a bela Magdalene. Flashbacks e testemunhos pontuam o julgamento cheio de reviravoltas que abrangerão os dois álbuns.






quinta-feira, 23 de junho de 2022

"Senciente", de Jeff Lemire e Gabriel Walta, é a mais recente novidade da G. Floy


A G. Floy Portugal anunciou uma novidade que sairá muito em breve. Trata-se de "Senciente", com argumento de Jeff Lemire (já dispensa apresentações), arte de Gabriel Walta e Scans por Yugifan.

A sinopse:

Quando um ataque extremista mata todos os adultos a bordo da nave colonial U.S.S. Montgomery, resta a I.A. da nave ajudar os filhos da nave a sobreviver. Mas, à medida que são perseguidos por forças perigosas no espaço, Valarie ainda poderá assumir a missão e salvar essas crianças?

"U-Boot" é a nova colecção ASA-Público e começa a ser distribuída no próximo dia 29 de Junho


A parceria entre a Editora ASA e o jornal Público regressa com mais uma colecção composta por quatro livros, a qual sairá às quartas-feiras, a partir de dia 29 de Junho. Trata-se da série "U-Boot", da autoria de Jean-Yves Delitte.

Eis a sinopse:

Maio de 1951 – No coração da selva amazónica, uma expedição de cartógrafos ingleses descobre o casco completamente destroçado de um U-Boot, submarino alemão da Segunda Guerra Mundial. Que terá sido feito da sua tripulação, dada como morta em Março de 1945 em pleno Oceano Atlântico?

Veneza, Junho de 2059 – Mais de um século depois, um estudante e o seu professor são assassinados. E posteriormente, em Setembro, uma misteriosa explosão no cimo de um edifício causa uma nova morte. Que relação poderá existir entre estes factos? Mesmo correndo risco de vida, um grupo de homens decidiu empenhar-se em resolver este enigma. Outros, todavia, fazem questão de o ocultar com igual determinação. O pior ainda está para vir… O desfecho será forçosamente sangrento!

Sobre o autor: Jean-Yves Delitte é actualmente pintor oficial da Marinha belga e membro titular da Academia das Artes e Ciências do Mar. Arquitecto-designer de formação, foi ainda durante os seus tempos de estudante que viu as suas primeiras histórias em banda desenhada serem publicadas na lendária revista Tintin. Posteriormente, uma sucessão de felizes encontros vai permitir-lhe dedicar-se cada vez mais à Nona Arte, com Donnington, Les Coulisses du Pouvoir, Tanâtos e LesBrigades du Tigre, ou ainda as duas tetralogias intituladas Le Neptune e Les Nouveaux Tsars. Mas o seu talento viria a demonstrar-se em toda a sua plenitude nas temáticas relacionadas com o mar, ao criar verdadeiros frescos marítimos em BD. Imagina, assim, as aventuras de um corsário ameríndio em finais do séc. XVII, com a sua série Black Crow. Relata também a história da prestigiada barca de três mastros Belém, da majestosa fragata Hermione, ou ainda da romanesca aventura da Bounty. Dá-nos depois uma perspectiva angustiante do nosso futuro com a tetralogia U-Boot, antes de lançar a colecção Les Grandes Batailles Navales, de que é o curador. Em 2020 dá início a uma nova série de livros de luxo, realizada a quatro mãos com Jean Benoît Heron, cujo primeiro volume, À Bord des Frégates, é distinguido com o Prémio Marine Bravo Zulu. Nesse mesmo ano publica um díptico consagrado a Black Beard.

O PVP de cada álbum é de 10,90€ +preço do jornal e os títulos são os seguintes:

"Doutor Mengel", "Herr Himmel", "Jude" e "Tio Harry"





quarta-feira, 22 de junho de 2022

Especial 25 anos! - Os parabéns de Paco Roca


Começa a ser cansativo dizermos sempre a mesma coisa, que recebemos desenhos incríveis relativos aos nossos 25 anos, mas a verdade é que continuamos a receber maravilhas como esta, da autoria do Paco Roca, a quem agradecemos a generosidade. Este fantástico desenho conjuga a nossa revista com o próprio autor e com o seu livro "Memórias de um Homem em Pijama".

Não tendo podido estar na Comic Con de 2021 como previsto, por motivos de doença do autor, tivemos finalmente o prazer de conhecer Paco Roca já este ano, na FNAC do Chiado (onde tirámos esta fotografia), quando cá esteve a apresentar a nova edição do premiado livro "Rugas". De uma enorme simpatia e disponibilidade, este grande autor espanhol de Banda Desenhada que tanto admiramos, desde logo se ofereceu para nos fazer um desenho comemorativo das nossas "bodas de prata".





terça-feira, 21 de junho de 2022

Olívia - mais dois livros de BD para os mais novos lerem nas férias

A Booksmile, chancela do Grupo Penguin Random House, editou recentemente os números três e quatro da série "Olívia", uma divertida Banda Desenhada para um público mais jovem. A heroína Olívia leva os leitores a conhecerem lugares mágicos, criaturas divertidas, tudo com um toque de magia, diversão e gargalhadas à mistura.

Eis as capas e as sinopses de "A grande bola de lã" e "O fim de tudo (e o resto)", estes dois novos volumes que, tal como os primeiros, são da autoria de Thom Pico e Karensac.

A grande bola de lã - Volume 3

O inverno chegou! E tudo está a correr bem para a Olívia: tem amigos na escola, o equilíbrio das estações foi restaurado, enfim, a vida é bela. Mas, claro, o sossego nunca dura muito. Desta vez, o vale é ameaçado por um exército de ovelhas idiotas, liderado por uma criatura tão estranha quanto maquiavélica. Agora, cabe à Olívia e aos seus amigos unirem forças para combaterem os planos malucos destas desmioladas bolas de lã! 






O fim de tudo (e o resto) - Volume 4

Depois de defender a montanha ao longo da mudança das estações, a Olívia está pronta para, finalmente, gozar de paz e sossego com a chegada da primavera!

No entanto, os seus planos vão por água abaixo quando o Génio Espertalhão regressa e provoca uma catástrofe mágica. De repente, a Olívia terá de enfrentar monstros em fuga, o possível fim do mundo e, pior, uma mãe muito furiosa!








segunda-feira, 20 de junho de 2022

A editora "A Seita" regressa com a novidade "Pele de Homem", de Zanzim e Hubert

 


Este álbum "Pele de Homem", de Zanzim e Hubert (1971-2020) é a mais recente novidade da editora "A Seita" e só demonstra a qualidade das edições editadas em 2022. Esta é mais uma!

Sendo um dos mais recentes aclamados romances gráficos franceses, originalmente publicado em 2020, que acumulou um número impressionante de prémios no mercado francófono, mas que, apesar do seu êxito imenso, chegou ao mercado com um sabor amargo: tragicamente, o escritor Hubert pôs fim aos seus dias uns meses antes, terminando uma carreira brilhante e torturada, em que o autor nunca reconciliou completamente a sua origem, estritamente católica, e a sua homossexualidade crescentemente aceite, mas que sempre lhe deixou uma aura de “exclusão”, e de que "Pele de Homem" parece ser o manifesto, com um final que clama pela “aceitação” e por uma atitude de tolerância.

"Pele de Homem" foi bastante premiado e venceu os seguintes prémios: Grande Prémio RTL de BD, Prémio de BD do jornal Le Point, Prémio Landerneau 2020, Grande prémio ACBD da crítica de BD francófona, Prémio das Livrarias de BD, e Prémio dos Jovens no Festival de Angoulême. Este livro beneficiou de um apoio do Programa de Apoio à Edição do Instituto Francês, e foi a obra seleccionada para representar a França na Noite da Literatura Europeia em Lisboa, 2022, uma iniciativa da Representação da Comissão Europeia em Portugal, que transforma a capital portuguesa numa babel europeia com a apresentação de obras de treze países.

A história: Bianca, uma jovem que vive na Itália renascentista, está noiva de Giovanni, destinada a um casamento com uma família abastada que os seus pais lhe arranjaram. Mas descobre que as mulheres da sua família têm um segredo, uma “pele de homem” que lhe permite transformar-se em homem. Munida desse objecto mágico e transgressor, irá descobrir o mundo masculino fechado às mulheres da época, e na busca de conhecer aquele que lhe está prometido como marido, irá também descobrir o amor entre homens, bem como o seu desejo como mulher, e todas as alegrias, frustrações e tristezas que esse amor e esse desejo podem trazer... Bianca vai ser o espelho em que o leitor contemporâneo poderá ter uma perspectiva diferente sobre sexo e género, numa história de amor louco e libertador.

Este "Pele de Homem" já está disponível em algumas livrarias especializadas de BD e no site da Wook, e esta semana chegará às restantes livrarias como a FNAC e a Bertrand, aguardando ainda data a distribuição em bancas.