Também foi lançada durante o primeiro fim de semana do Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, a antologia "Aurora Boreal em Reflexos Partilhados", uma coedição de Kafre/Arga Warga.
A personagem literária foi criada em 2012 por José de Matos-Cruz, com transfiguração original de Susana Resende. Participam nesta colectânea de obras curtas, inéditas ou já divulgadas como conteúdo extra, Daniel Maia, Fernando Vilhena de Mendonça, João Raz, José Bandeira, Nuno Dias, Renato Abreu e Susana Resende, também autora da capa e do grafismo, além de mestre José Ruy, numa colaboração especial.
Aurora Boreal surgiu no universo romanesco/ilustrado d’O Infante Portugal (As Tramóias Capitais; 2007, A Íntima Capitulação; 2010, As Sombras Mutantes; 2012, pela editora Apenas Livros), concebido por José de Matos-Cruz, tendo nascido de uma relação efémera e sensual entre Oktobraia, uma heroína soviética exilada em Lisboa, e o Malsão, um portento cósmico que avassala o marasmo lusitano.
Menina e loira, emancipada em tríptico imaginado/literário (O Princípio Infinito; 2017-2018, O Eterno Paradoxo; 2019, O Círculo Imperfeito; 2020, por Apenas Livros), logo uma auspiciosa Aurora Boreal - irradiando além das luzes e das trevas - rompe os ciclos da infância e da identidade, pelo capricho súbito e intenso de uma libertação… Nessa aprendizagem mágica e germinal, Aurora Boreal suspende as coordenadas sobre o tempo e o lugar em que decorrem tais derivas e interferências. Do passado ao futuro, ou em actualidade virtual, a sua aparência torna-se então Presente - ainda adolescente, adulta ou idosa -, desafiando todas as rotinas, como um fenómeno telúrico e transfigurador!
Entretanto, Aurora Boreal compareceu no clímax pelos quadradinhos d’O Infante Portugal em Universos Reunidos (2017), com desenho de Daniel Maia, também coautor da história com José de Matos-Cruz, que elaborou o texto. Esta banda foi distinguida pelos XVI Troféus Central Comics, na categoria Melhor Obra Curta (2018).
Aurora Boreal em Reflexos Partilhados culmina, assim, uma incursão fantástica pelos meandros da realidade e em dimensões alternativas. Afinal, com mais simbólica ênfase de reinvenção - ao conferir, pela banda desenhada, uma abordagem múltipla e propícia às expectativas de cada criador artístico.
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