sábado, 17 de dezembro de 2022

A nossa leitura de "A Adopção", de Zidrou e Arno Monin (Ala dos Livros)




As expectativas estavam altas e não foram defraudadas. Lemos as duas histórias de seguida de "A Adopção" (edição integral editada pela Ala dos Livros). Não será por acaso que se tornou uma obra de referência da BD europeia contemporânea. É mesmo muito bom este trabalho conjunto de Zidrou (já conhecido entre nós de outros estupendos argumentos com a série "Verões Felizes") e Arno Monin (desenho).

Ainda que com um argumento bem distinto, este álbum vem na linha de "O Mergulho", editado em Portugal pela mesma editora. Ambos são boas histórias sobre o amor e relações humanas. Nada românticos, mas de uma enorme ternura um e outro, sem nunca ser demasiado cor-de-rosa. Aliás os dois focam temas difíceis, mas vamos focar-nos neste "A Adopção". 

Tal como o nome indica, "A Adopção" leva-nos à história de Qinaya, uma criança peruana que é adoptada por um casal francês que não conseguia ter filhos. A adopção, que tinha tudo para resultar, não corre bem (não vamos desvendar porquê) e avisamos já os leitores mais emotivos e sensíveis que chegando a esse ponto da narrativa, se sente uma imensa tristeza. Ou pelo menos foi isso que nos aconteceu. Mas desenganem-se se pensam que o centro da questão se foca na criança e nos pais adoptivos. Não é disso que se trata. O foco da história é o amor profundo de um avô que não imaginava nem queria ter uma relação familiar com uma criança desconhecida. O amor e a cumplicidade de Gabriel (o avô) e de Qinaya (a neta adoptiva) derrete até os corações mais insensíveis. E se é verdade que a história toma conta de nós e nos emociona, temos também que tirar o chapéu aos desenhos que transbordam de ternura e que são ao mesmo tempo dinâmicos e divertidos (sim, porque também há momentos divertidos na história). Ah! Ainda há no final um caderno gráfico com vários estudos e ilustrações completas de várias personagens.

Um livro ideal para oferecer no Natal!

A sinopse:

Com a adopção de Qinaya, uma órfã peruana de 4 anos, por parte de uma família francesa, a vida de todos os envolvidos sofre uma reviravolta. Mas, para Gabriel, a adopção torna-se ainda mais complicada: ele, que nunca tivera tempo para ser pai, terá de aprender a ser avô.

Dos primeiros contactos frios e distantes aos momentos partilhados, Gabriel e Qinaya irão, pouco a pouco, criar laços que o velho casmurro estava longe de imaginar. Até que…











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