segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A nossa leitura de "Bootblack" (edição integral), de Mikaël - Edição Ala dos Livros




Depois de "Giant" estavamos expectantes quanto a este álbum "Bootblack", igualmente da autoria de Mikaël, ambos editados pela Ala dos Livros. 

A história também nos leva a Nova Iorque, embora em "Giant" a narrativa se passe no início dos anos 30, aqui estamos entre 1935 e 1945. O tema da imigração e do "sonho americano" volta a estar presente, mas o foco é também na Segunda-Guerra Mundial. Outro ponto em comum neste díptico são as cores utilizadas, alternando os tons onde predomina o castanho (em jeito de sépia) nas cenas passadas em Nova Iorque e outras pranchas próximas do preto e branco, nas cenas de Guerra.

O argumento está bem construído como o anterior, apesar de acharmos que fica aquém do "Giant". É verdade que gostos não se discutem e que desse lado podem achar o contrário, mas não conseguimos deixar de comparar este livro com o anterior de que gostámos tanto. A história é pesada, violenta e triste, mas os muitos flashbacks existentes quebram um pouco a fluidez da leitura e tornam-na confusa.

Contudo, não deixa de ser um álbum de boa Banda Desenhada, em que vale bem a aposta da compra e da leitura. Mikaël é, sem dúvida, mais um autor de referência na BD contemporânea. O desenho bastante expressivo quanto toca às personagens e muito eficaz nos cenários é uma das suas mais valias, a par do argumento. Realçamos um excelente caderno gráfico no final do livro, com esboços das personagens principais e não só!

Relembramos a sinopse:

Alemanha, 1945. As tropas americanas procuram os últimos soldados inimigos.

Para fugir aos horrores daquilo que vive, Al, um soldado americano, único sobrevivente da sua unidade, mergulha nas memórias do seu passado em Nova Iorque. Filho de imigrantes alemães, nascido nos Estados Unidos, não tinha ainda dez anos quando perdeu os pais e a sua casa num terrível incêndio. Passa a viver na rua e torna-se Bootblack, um “engraxador de sapatos”. Mas Nova Iorque não oferece qualquer futuro aos miseráveis e Al está decidido a ganhar mais dinheiro. Antes de se alistar, passa dez anos na prisão. Hoje, tem 25 anos. A mulher da sua vida, Maggie, é apenas um reflexo na sua memória. Todos os seus amigos estão mortos. Todos, exceto um certo "Diddle Joe", que encontra novamente na frente de batalha. O seu reencontro é brutal: Al descobre que "Diddle Joe" o traiu a ele e aos amigos... 







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