Mesmo a tempo do Natal chegou este título da Arte de Autor, baseado no famoso conto de Charles Dickens, aqui adaptado por José Luís Munuera. E se esta adaptação mantem a essência da história, por outro lado desconstrói a narrativa ao dar protagonismo a outro Scrooge. Não o senhor Scrooge que conhecemos e que inspirou o tio Patinhas, mas Elizabeth Scrogge. Todos sabemos qual foi a postura do velho avarento no Natal, mas o autor leva-nos a questionar se as coisas teriam sido diferentes caso essa personagem fosse uma mulher.
Apresenta-nos então Elizabeth, uma mulher de negócios, rica, egoísta e insensível à desgraça dos outros, bem como à atmosfera natalícia. Para ela só o dinheiro e o trabalho é que contam. Mas aos olhos da própria ela vê-se não como mesquinha e cruel, mas sim como uma pessoa prática.
Mas uma noite, Elizabeth é visitada por três espíritos do passado do presente e do futuro, que a levam com eles, para relembrar a jovem rapariga que foi e quem é no presente, e também à descoberta do que ela poderia ter-se tornado se tivesse escolhido o caminho do bem... E mais não contamos, deixando para o leitor descobrir se o rumo da vida de Elizabeth e dos que a rodeiam vai ou não ser alterado e de que forma.
Uma história que se lê facilmente e de uma só vez, com desenhos bem conseguidos pelo autor espanhol. Um verdadeiro conto de Natal que realça o pior e o melhor da natureza humana e que nos leva a reflectir sobre o verdadeiro espírito de Natal, que se devia estender por todos os dias do ano.
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