Tal como aconteceu com a primeira parte, foi com grande rapidez que lemos a segunda parte do volume 1 de "Lore Olympus - Contos do Olimpo", livros editados pela Iguana.
Da autoria de Rachel Smythe, esta premiada novela gráfica que é um fenómeno literário, continuou a surpreender-nos. Não tanto pela originalidade dos desenhos, que é inegável e sobre os quais já falámos, não tanto pelo ritmo e dinamismo com que acontecem as cenas e que nos faz ler a grande velocidade, mas pelos temas abordados.
Já sabíamos que as personagens são recriações das mais conhecidas figuras e histórias da mitologia grega, mas num cenário moderno. Já sabíamos que este mundo de deuses é afinal muito humano, pois apesar dos super poderes de cada um, não se livram de atitudes, situações e sentimentos atribuídos ao comum dos mortais. Há escândalos, festas selvagens, ciúmes, segredos, amores impossíveis e muito ego, com mensagens e telemóveis inevitavelmente.
Mas, nesta segunda parte, ficámos surpreendidos com a abordagem a temas mais sensíveis como abusos e traumas sexuais, abusos físicos e mentais e relações tóxicas. Temas na ordem do dia e muito pertinentes e sobre os quais a autora adverte no início do livro. Tendo em conta que este livro é tendencialmente destinado a uma população mais jovem, a maneira como a autora decidiu passar a mensagem é de aplaudir. De forma leve, lúdica e despretensiosa consegue alertar para estes temas.
Com todos estes factores, não será de espantar que o trabalho de Rachel Smythe tenha já ganho variados prémios.
No meio disto tudo, embora mais familiarizados, continua a ser um pouco difícil entender a complicada árvore genealógica, amizades e inimizades dos deuses do Olimpo e decorar os seus nomes.
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