À semelhança do que tem vindo a acontecer com outras séries, como sejam Spirou e Fantásio ou Lucky Luke, ou mais recentemente Thorgal, para citar apenas três exemplos, também à mundialmente famosa série dos Schtroumpfs, criada por Peyo, chegou a moda dos tomos “…visto por”. Ou seja, não se trata de um tomo da série dos Schtroumpfs (que continua a ser publicada, depois de assumida por outros autores após a morte de Peyo), mas sim de um álbum de homenagem (e de prova de vida do universo respetivo), com os “schtroumpfs vistos por” neste caso Tebo.
Tebo é um autor que conheci por causa de uma outra sua série denominada Raowl, uma série de contos de fadas humorista e “animalesca”. O seu desenho humorista juvenil é engraçado, agradável e expressivo, privilegiando o movimento e a ação.
Na aldeia dos Schtroumpfs (ou Estrumpfes ou Smufs…) surge, ou mais corretamente aterra, um novo Schtroumpf. Como sabemos, com maiores ou menores peripécias, os nossos pequenos seres azuis são capazes de acolher e bem receber novas personagens. Só que desta vez confrontam-se com um problema difícil de ultrapassar: é que o recém-chegado não schtroumpfra schtroumpf. Ou seja, não consegue falar a linguagem Schtroumpf, tão característica das suas aventuras.
A juntar ao problema da língua, temos uma constatação de perda de memória. Os diálogos são absurdos e engraçados e as situações criadas pela presença deste novo Schtroumpf são divertidas e disparatadas.
O comentário de (tradução minha do francês) “Se eu schtroumpfo nesta expedição, é para estudar o teu cérebro. Como diz o Grande Schtroumpf, é preciso schtroumpfar quando o schtroumpf ainda está schtroumpf” recebe de resposta “Não percebi nada, mas isso não parece nada interessante”. Estamos falados!
Os pequenos seres azuis que tão bem conhecemos quer da BD quer do cinema, apesar de terem aqui um desenho menos arredondado e “perfeitinho”, mantêm a sua proverbial curiosidade, bem como o receio de um golpe do malvado Gargamel. Tudo farão para descobrir quem é este novo personagem, correndo grandes riscos e colocando-se em situações, como habitualmente, imprevisíveis.
Em Schtroumpfsão, diria que esta é uma homenagem engraçada, inteligente e bem estruturada, para quem é conhecedor do universo dos Schtroumpfs, ou pelo menos reconhece as suas referências essenciais. Não será a BD do ano, mas permite um bom momento de descontraída leitura. Editado pela Lombard.
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