terça-feira, 9 de maio de 2023

Novidade: "Cartoons do ano 2022" - Edição Documenta


Como acontece todos os anos a Documenta (chancela da Sistema Solar), editada dois livros que reúnem as exposições da mostra Cartoon Xira. Um com os melhores cartoons e outro com cartoons do artista convidado e em destaque. Hoje falamos deste "Cartoons do ano 2022", que conta com a participação dos cartoonistas André Carrilho, António Antunes, António Maia, Cristiano Salgado, Cristina Sampaio, Henrique Monteiro, João Fazenda, Nuno Saraiva, Pedro Silva, Rodrigo de Matos e Vasco Gargalo.

Sinopse:

Os cartoons são opiniões em forma de desenho, críticas rápidas que se podem ver em segundos, mas que têm o poder de mudar o mundo. São atravessados por ironia, pelo mordaz e pelo ridículo, fazem-nos rir ou sentir um desconforto profundo, são leves ou pesados, cúmplices ou incómodos. Tudo se passa a alta velocidade. Em média, os leitores leem um jornal inteiro em dez minutos. Faça as contas.

Apresentação de Bárbara Reis:

Os autores destes cem cartoons são comentaristas, como se dizia no início do século XX, retratistas ou cartoonistas, observadores que têm uma malícia fina e um misto de amargura, ironia e optimismo. São cartoonistas que tomam posição, escolhem um lado, expõem um paradoxo, uma hipocrisia, uma fragilidade, uma prepotência. Com rebeldia, liberdade e uma combinação de fora de escala e porta aberta para o irracional e para a nossa infância, fazem a síntese dos nossos dias. É essa a sua força.

Mas a força destes desenhos também está na cumplicidade direta que temos com eles. Sabemos quem é Putin, conhecemos o seu nariz; sabemos quem é Kim Jong-un, conhecemos o seu corpo redondo de pernas curtas; sabemos quem é Khamenei, conhecemos a sua barba. O mesmo para Costa, Rebelo de Sousa, Jerónimo de Sousa. Não são precisas apresentações, introduções, contextualizações. Estes desenhos não nascem sozinhos. Precisam de jornais e de leitores de jornais. Olhar para eles faz parte da experiência de ler um jornal e querer saber o que se passa no mundo.

Este livro é um passeio incómodo. Rimos, de nós e dos outros, mas sobretudo dos outros. E sentimos um mal-estar profundo, por nós e pelos outros. O ano foi assim e este livro só podia ser assim.

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