Depois de "Rattlesnake", João Amaral regressa ao universo que tanto gosta, o dos cowboys, com o livro "A Oeste", de novo com a Escorpião Azul.
Surpreende com o formato do livro, na horizontal, pouco usual. Surpreende igualmente com a capa, que nos induziu em erro, com uma personagem feminina que julgávamos ser a heroína de "Rattlesnake", até com uma roupa muito semelhante. Mas não. É certo que o autor dá novamente protagonismo a uma mulher e voltamos a ter uma heroína, dura e valente, mas não é a mesma. Esta é conhecida como "Vampira", tendo em comum com a anterior a sua revolta interior, o mistério que a envolve, o sentido de justiça, mas também sede de vingança.
A história, tal como a anterior, lê-se num ápice e leva-nos a viajar ao Faroeste. Porém, podemos retirar dela algumas críticas à sociedade atual.
Falámos acima do formato do livro, em jeito de tela cinematográfica. Um formato que é propício a planos mais abertos e paisagens, que consideramos o ponto forte dos desenhos do autor. Enquanto que "Rattlesnake" tem cor, este livro é totalmente a preto e branco. As nossas vinhetas preferidas são as de exterior, das paisagens, dos cavalos. As figuras humanas têm muita margem para aperfeiçoamento, nomeadamente nas expressões faciais, nos olhares e nos movimentos.
A sinopse:
Dizem que a Oeste sopram ventos de mudança... No entanto, isso pode apenas fazer notar que, afinal, corre no ar um sopro, cujo real propósito é só o de agitar a folhagem, para, na realidade, ficar tudo na mesma.
Afinal, os grandes ideais são compostos por homens e nem sempre os que os propagandeiam são os seus melhores elementos. A causa até pode ser justa, mas, como diz o povo, de boas intenções está o inferno cheio.
Mas a Oeste, para além dos ventos, surge também uma aragem gélida, sob a forma de mulher. Ela já enfrentou esses ventos com um único propósito de repor alguma justiça num mundo carente dela.
O seu nome ninguém o sabe, apenas é conhecida como Vampira, porque tem o propósito de extrair do mundo o sangue ruim que nele corre...
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