Que delícia e que lufada de ar fresco. Depois do sucesso alcançado com o surpreendente "O Penteador", Paulo J. Mendes regressou com este divertido "Elviro", também pelas mãos da editora Escorpião Azul. As duas histórias são completamente diferentes, mas há elementos comuns que felizmente continuam presentes, como os engraçados nomes das localidades, dos personagens e os vários trocadilhos linguísticos.
Paulo J. Mendes faz-nos tomar consciência de que não é preciso coisas complicadas para nos divertir, que não é preciso inventar a roda. Às vezes as coisas simples, são as mais apreciadas. E é assim, com simplicidade e humor, que o autor nos leva até "Nalgas de Mar", um universo português imaginado, com personagens que nos lembram pessoas que vamos conhecendo ao longo da vida. Os espertalhões, os aldrabões, os que trabalham no duro, os políticos que não sabem o que fazem, os tímidos, os atiradiços, os estrangeiros que por cá vivem e os que só cá vêm de férias, os pudicos e os mirones, os saudosistas e os modernaços. Há de tudo um pouco neste "Elviro", que é o nome do simpático protagonista, que conquista o leitor pela sua boa índole. Elviro é um homem às direitas, mas que por vezes anda por caminhos tortos.
A história (desta vez a cores) é uma delícia cheia de peripécias e reviravoltas. É puro divertimento, não deixando de ser uma crítica à sociedade.
Por tudo isto, recomendamos vivamente a leitura deste "Elviro" onde nem falta um belo arroz de petichús. Não digam que não sabem o que são petichús?
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